Como uma das vozes mais ativas do evento “20 anos de Beleza Real” da Dove, Isabel Silva não só inspira como motiva ações em direção a um estilo de vida mais saudável. Aos 39 anos, a apresentadora de televisão e influenciadora partilha a sua missão de usar as redes sociais para promover o bem-estar, sublinhando que a saúde é o verdadeiro sinónimo de beleza – não fosse ela uma maratonista dedicada, encontrando na corrida uma metáfora para a vida. Para Isabel, cada dia é uma oportunidade de empoderar outros a abraçarem a sua própria jornada de amor-próprio. Nesta conversa, a autora de diversos livros e empresária com iniciativas focadas no bem transcende os preconceitos e estereótipos para redefinir o conceito de Beleza Real.
O debate intitulado “Definição de beleza: o papel dos influenciadores e marcas” discutiu o impacto das redes sociais e das campanhas publicitárias na autoestima das mulheres, sublinhando a mensagem de que a Beleza Real vem de dentro para fora. “Para mim, foi um enorme prazer estar aqui presente com a Dove a celebrar a beleza natural, a Beleza Real. Porque quando nós sentimos essa beleza dentro de nós, significa uma coisa clara: significa que temos saúde. E é promovendo a nossa saúde diariamente que nós começamos a gostar cada vez mais de nós”, agradeceu Isabel Silva, aliando-se ao compromisso da Dove em promover uma definição mais inclusiva e diversificada de beleza, inspirando outras marcas a seguir o exemplo.
Isabel, como uma influenciadora com grande presença nas redes sociais, sente responsabilidade em usar estas plataformas para promover uma definição mais inclusiva e realista de beleza?
Eu sempre adorei responsabilizar-me pelas minhas escolhas e pelas minhas decisões. Então, sim, sinto essa responsabilidade. O que faço nas minhas redes sociais é partilhar conteúdos que agreguem valor na vida das pessoas, seja de forma informativa ou inspiradora. Porque, na verdade, a grande mensagem que eu tento passar diariamente é: invistam tempo em vocês mesmas para entenderem e normalizarem tudo aquilo que sentem. A minha responsabilidade nas redes sociais é um espelho do enorme respeito que tenho por mim mesma e, obviamente, pela minha audiência. No dia em que eu fizer um conteúdo que não demonstre respeito para os outros significa que eu não estou a ter respeito para comigo.
O que diria às mulheres e raparigas que se sentem pressionadas a manipular imagens ou alterar a aparência para alcançar padrões irrealistas de beleza que veem refletidos nas redes sociais?
Acho que as mulheres têm de se responsabilizar pela sua saúde. Vivemos numa era em que há muita informação, e a nossa missão é filtrar o que queremos absorver. Eu olho para as redes sociais como uma excelente plataforma para nos conectarmos com pessoas que se alinham com os nossos valores, e isso também implica fazer filtros. A culpa não é dos conteúdos ou dos influenciadores, mas nossa, por não fazermos as escolhas certas. Temos o dever de escolher que informação queremos absorver e de entender porque certos conteúdos nos causam desconforto.
E se estamos alienados nessa informação, então temos de ter momentos em que nos desconectamos daquilo que nos está a alienar e focar em nós, na nossa essência. Eu acho que as redes sociais são fantásticas, mas temos de escolher os momentos em que elas entram nas nossas vidas.E quando elas entram, o que é que entra? Que tipo de pessoas queremos seguir?
Quais são as práticas diárias que considera essenciais para cultivar o amor-próprio?
Investir na saúde. Beleza é sinónimo de saúde e saúde é sinónimo de beleza. A saúde não é tudo, mas sem ela não somos nada. Quanto mais invisto na minha saúde mental, emocional, espiritual e física, mais gosto de mim. Eu, Isabel, tenho 1,58 m. Tenho melasma. Tenho algumas marcas na cara. Tenho uma perninha curta. Mas gosto de mim como sou. Olho para mim e sinto-me bonita, não porque me digo isso diariamente, mas porque pratico hábitos que me fazem sentir bem e olhar para mim de outra maneira. Acredito que é assim que começamos a construir o nosso amor-próprio. É uma jornada incrível. Continuo a ter medos e inseguranças, mas o tempo dá-nos sabedoria. Uso as ferramentas que as experiências me dão para viver com mais paz e tranquilidade. Quando me sinto triste, aceito. Quando estou com medo, pergunto-me porquê. Precisamos de aprender a lidar melhor com isso. Como? Praticando desporto, fazendo terapia, investindo tempo em nós mesmos… Se não sabemos como, devemos começar por sentir. E se está a acontecer muita coisa na vida, devemos aprender a dizer não ao que nos impede de pensar. Às vezes precisamos de silenciar para sentir e reestruturar.
Numa era em que os estereótipos e os preconceitos estão presentes tanto no online como no offline, qual é o papel de marcas como a Dove na redefinição dos padrões de beleza?
O papel não só das marcas, mas dos influenciadores e da audiência é fazer o bem. Todos nós temos esse dever e temos de ter esse prazer. Porque é bom. Faz bem aos outros, faz bem às marcas, faz bem a quem trabalha nas marcas. Fazer o bem, praticar o bem, que o resto vem.
Lembra-se de como a icónica campanha pela Beleza Real da Dove influenciou a sua própria perceção de beleza e autoestima há 20 anos?
Gostei muito dessa campanha. Foi a primeira vez que vimos mulheres de todas as formas, tamanhos e idades numa campanha publicitária, e isso teve um impacto positivo. É um trabalho que tem de continuar a ser feito.
Como é que celebra a sua Beleza Real numa altura em que as mulheres se sentem menos confiantes na sua própria pele do que há oito anos?
Tenho um compromisso comigo mesma de nunca desistir, porque a vida é muito bonita, mesmo nos dias em que não estou bem. Tento incutir hábitos diários para continuar a ver as coisas boas que tenho e para enaltecer esta Beleza Real. Acredito que a beleza deve andar de mãos dadas com a saúde, pois é a saúde que nos empodera e nos permite viver a vida plenamente. A minha Beleza Real é uma expressão do meu profundo entusiasmo por me sentir saudável e pelo meu desejo de envelhecer com saúde.
A Isabel tem uma enorme paixão pelo desporto e pela maratona. Como é que a prática desportiva contribui para a sua autoestima e para a imagem positiva que tem de si mesma?
O corpo nasceu para estar em movimento. Eu adoro alta performance e alto rendimento porque tenho uma enorme paixão por tudo aquilo que me permite evoluir e sair da zona de conforto, mas também valorizo a atividade física para a promoção da saúde e do bem-estar. A prática desportiva liberta endorfinas, a hormona do prazer, e faz-me sentir bem. As pessoas devem encontrar uma atividade física que lhes dê prazer e investir tempo em descobrir o que as faz sentir bem. É espetacular lutar pelo que amamos, responsabilizarmo-nos pela nossa saúde e fazermos a nossa jornada.
Se pudesse enviar uma mensagem de respeito e amor-próprio à Isabel Silva de alguns anos, o que diria?
“Fala para ti como falarias para a tua melhor amiga”, diria. Ou seja, para praticar a autocompaixão, que é algo que tenho vindo a trabalhar nos últimos quatro anos, para me acolher, para me mimar e resgatar a minha energia feminina. Por exemplo, dançar mais e não fazer só desportos de impacto como corrida porque a felicidade dentro de um ser humano passa por viver em harmonia com a energia feminina e masculina.
Considera importante que existam cada vez mais eventos que celebrem todas as formas, tamanhos, idades e expressões únicas?
Celebrar a Beleza Real é incrível, mas não nos podemos resignar. As pessoas não se podem sentir só inspiradas, têm de se sentir capacitadas e com vontade de serem agentes de mudança. O papel das marcas e dos influenciadores é também ajudar a fazer acontecer. Seja através de eventos, conteúdos ou lives, temos de capacitar e não só inspirar. E é isso que, diariamente, como influenciadora e comunicadora, tento fazer nas minhas redes sociais e no meu projeto de vida que é o canal digital Do Bem. O claim Do Bem é exatamente esse: informar, educar, inspirar e agir por um mundo melhor.
Como imagina a próxima década de Beleza Real? Que mudanças gostaria de ver nas campanhas publicitárias e na influência das redes sociais?
Eu desejo que as pessoas comecem a olhar para a saúde como o único meio possível para viverem no seu propósito. Sem saúde, não vamos a lado nenhum. A beleza está intimamente ligada à saúde. Quando nos sentimos com saúde, sentimo-nos bonitas, empoderadas, criativas e excelentes em todos os papéis que desempenhamos.