Nos dias 29 e 30 de junho, a Dove celebrou os “20 anos de Beleza Real” com talks inspiradoras no Jardim da Estrela, em Lisboa. A primeira conversa, sob o tema “Evolução da beleza: da geração Kate Moss à geração Billie Eilish”, explorou a transformação dos padrões de beleza ao longo das décadas. O painel aclamado de especialistas incluiu Patrícia Barnabé, jornalista, Ana Borges, ex-modelo e fundadora da Elite Portugal, Maria Seruya, artista, e Teresa Burnay, em representação da Dove. Já a atriz e psicóloga Carla Andrino assumiu o papel de moderadora.
A conversa começou com uma análise da evolução da beleza, desde a era da supermodelo Kate Moss até à era contemporânea representada pela cantora Billie Eilish. Kate Moss, com a sua estética de heroin chic nos anos 1990, definiu uma era de beleza caracterizada por magreza extrema e traços delicados. Em contraste, Billie Eilish representa uma nova geração que desafia esses padrões, promovendo a aceitação do corpo e a autenticidade pessoal. Mas, embora os ideais de beleza e de imagem corporal se tenham diversificado ao longo dos anos, seis em cada dez mulheres ainda têm baixa autoestima.
A importância da autoestima das mulheres
Teresa Burnay apresentou dados preocupantes de recentes estudos da Dove, revelando que “20% dos jovens dariam até cinco anos das suas vidas para alcançar a imagem ideal, e seis em cada dez raparigas deixam de vestir aquilo que realmente querem por não se sentirem bem com o seu corpo”. E há mesmo uma em cada três que se inibe de responder a uma pergunta na sala de aula, mesmo sabendo a resposta, por não se sentir confiante. Estes números sublinham a necessidade contínua de iniciativas que promovam a autoestima e a autoconfiança entre os jovens.
“O que os estudos nos dizem é que há muito trabalho a fazer”, refletiu Teresa Burnay em representação da Dove. “Já passaram 20 anos desde a campanha para a Beleza Real da Dove, mas estamos decididos e comprometidos em continuar a missão de redefinir o significado de beleza. Queremos que as nossas campanhas reflitam a verdadeira diversidade de mulheres e que todas se sintam representadas”, completou a representante durante a talk.
Para que as novas gerações desenvolvam uma relação mais positiva com a sua aparência, a Dove tem implementado o Projeto pela Autoestima em Portugal, impactando positivamente milhares de jovens. “Também fomos a primeira marca a lançar produtos para peles maduras com o nome Pro-Age em vez de Anti-Age — que agora muitas outras marcas já utilizam. E abolimos a palavra “normal” de todo o nosso packaging. Paulatinamente, temos conseguido mudar mentalidades, mas há muito mais para fazer ainda”, concluiu Teresa Burnay.
A transformação dos padrões de beleza
“As campanhas de beleza real da Dove têm sido um marco na promoção de uma imagem verdadeira e acessível das mulheres, mas os media também têm uma responsabilidade enorme em moldar a perceção de beleza e devem fazer isso de forma inclusiva e diversificada”, confirmou a jornalista de moda Patrícia Barnabé. Depois de chefiar a redação da Vogue Portugal, Patrícia colabora atualmente com a Máxima e defendeu que estas revistas “têm tido um papel fundamental em promover a diversidade e desafiar os padrões tradicionais de beleza”. Nas palavras de Patrícia Barnabé, “as revistas de moda têm evoluído para se tornar mais inclusivas, refletindo uma maior diversidade de corpos e etnias”.
A ex-modelo Ana Borges foi a primeira a ressaltar a pressão que as modelos enfrentavam nos anos 1990 para se manterem extremamente magras, muitas vezes à custa da saúde mental e física. “Era uma época na qual a magreza era glorificada, e muitas jovens sofreram para se tentar encaixar nesse padrão”, comentou a fundadora da agência Elite Portugal. “Felizmente, hoje em dia, cada vez mais as mulheres reais vendem capas de revistas. Na minha altura, uma mulher africana não podia estar numa capa de revista. Houve uma evolução incrível. A primeira vez que vi uma capa com uma mulher negra, até fiquei comovida. Tocou-me, tal como ainda me toca ver hoje uma capa com uma mulher com mais de 60 anos”, confessou Ana Borges.