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48% das mulheres sentem-se mal consigo próprias quando comparam a sua vida com as imagens nas redes sociais

Mesmo quando sabem que as imagens são falsas ou geradas por inteligência artificial, as mulheres e raparigas sentem-se pressionadas a mudar o seu aspeto pelo que veem nas redes sociais — conclui estudo da Dove.


Publicado em 28 de Junho de 2024 às 19:55

48% das mulheres sentem-se mal consigo próprias quando comparam a sua vida com as imagens nas redes sociais

Afinar os traços faciais, suavizar a pele e até mudar drasticamente a cor de cabelo deixou de ser uma funcionalidade exclusiva para fotógrafos profissionais. Atualmente, já não é preciso saber utilizar o Photoshop ou outras ferramentas para manipular uma imagem. Com apenas alguns toques, qualquer pessoa pode alterar a aparência para alcançar os seus ideais de beleza numa aplicação de fácil acesso ou até recorrendo aos milhares de filtros das redes sociais. Por isso, não é surpreendente que uma em cada três mulheres (38%) se sinta pressionada a alterar o seu aspeto devido ao que vê na internet, mesmo quando sabe que é falso ou gerado por inteligência artificial (IA).

O novo relatório da Dove sobre o estado real da beleza realça a crescente pressão que as mulheres sentem para atingirem ideais de aparência cada vez mais inatingíveis. Desde a primeira campanha pela Beleza Real, há 20 anos, que a marca chama a atenção para o impacto negativo que os retoques digitais têm na autoestima feminina. A grande maioria sabe que as ferramentas de edição de imagem existem e também as utiliza regularmente. Contudo, isso não diminui o impacto que as imagens modificadas digitalmente têm na sua autoestima: quase nove em cada dez mulheres e raparigas afirmam já ter sido expostas a conteúdos online de beleza nocivos.

A “perfeição” parece mais alcançável do que nunca e, por isso, cerca de 45% das jovens acreditam que não há desculpa para não serem bonitas, com todos os produtos de beleza, maquilhagem e procedimentos estéticos atualmente disponíveis. É urgente romper com os padrões de beleza irrealistas e fazer da beleza uma fonte de felicidade e confiança, e não de ansiedade, para todas as mulheres. Por isso, a Dove está a aumentar os esforços para proteger a beleza real – comprometendo-se a manter comunicação livre de manipulação digital e a nunca utilizar conteúdo gerado por IA para representar mulheres reais nos seus anúncios.

 “As redes sociais, enquanto canais dessa mesma informação, acabam por influenciar e contribuir para a redefinição desses padrões de beleza – o mesmo acontecendo com a inteligência artificial e a sua manipulação de imagens. São mensagens visuais que são transmitidas e percecionadas que têm um poderoso impacto na opinião pública e na sociedade em geral, contribuindo para mudanças de paradigma. Se todos percecionamos algo irreal e inacessível como sendo ‘normal’, começamos todos a aceitar que uma beleza irreal é o novo padrão ‘normal’ de beleza e é nesse sentido que o papel da Dove não pode parar e o seu contributo para a divulgação da beleza real está longe de ter terminado”, afirma Maria Matos, responsável da Dove em Portugal, em entrevista.

Quando a beleza e a IA se juntam

A inteligência artificial é a grande tendência do momento e, tal como os retoques digitais, constitui uma clara ameaça ao bem-estar feminino. A forma como estes modelos são treinados pode refletir preconceitos e estereótipos comuns na sociedade em relação à representação das mulheres e raparigas. A maioria das instruções genéricas que descrevem uma mulher apenas geram representações brancas (muitas vezes na perspetiva do olhar masculino), excluindo deficiências, tons de pele, tamanhos de corpo, características faciais e outros identificadores únicos — em vez de representar diversas culturas e identidades visuais.

Prevê-se que até 2025, 90% dos conteúdos online sejam gerados por IA, pelo que é necessário garantir que esses conteúdos sejam representativos, desde logo, da beleza real. A nova campanha da Dove, apelidada “O Código”, vem precisamente alertar para o facto de a inteligência artificial, como qualquer nova tecnologia, ter o poder de se tornar naquilo que as pessoas querem que ela seja. A verdade é que quando pedimos aos programas de inteligência artificial mais populares para criarem imagens de mulheres bonitas, confiantes ou com uma pele perfeita, aquilo que é gerado por estas ferramentas está longe de corresponder a padrões de beleza realistas.

Para ajudar a IA a tornar-se diversificada e inclusiva, a Dove lançou um guia rápido para ensinar o utilizador a gerar imagens de beleza “mais Dove”, isto é, imagens que sejam representativas daquilo que é a beleza real. No Guia de Sugestões da Beleza Real, encontra um glossário de termos para tornar as sugestões mais realistas. Pode (e deve) usar uma linguagem intencional e inclusiva para elaborar os resultados de uma forma que aprofunde o que é a beleza real. Se todos utilizarmos a IA com intenção, mais poderemos usar as imagens que geramos hoje para treinar os resultados do amanhã.

Por um futuro em que sejam as mulheres a decidir o que é a beleza real e não os algoritmos, junte-se à conversa Definição de beleza: o papel dos influenciadores e marcas, com Isabel Silva, Bárbara Taborda, Maria Matos e Andreia Grancha, no próximo domingo, dia 30 de junho, às 11h, no Jardim da Estrela, em Lisboa. Às 17h acontece a talk Scroll Infinito e beleza (ir)real: os jovens e a saúde mental, com Carolina Deslandes, Clara Não e as psicólogas Filipa Mucha Vieira e Rute Pinto. Estas conversas acontecem na celebração dos “20 Anos de Beleza Real” da Dove, a decorrer nos dias 29 e 30 de junho de 2024, das 10h às 18h. Com entrada gratuita, o evento contará ainda com diversas atividades, incluindo aulas de ioga, workshops de cerâmica, sessões fotográficas e um showcase da Carolina Deslandes. Não perca!