As startups desempenham um papel importante no tecido económico. Estas empresas são caracterizadas pela sua natureza inovadora, agilidade e capacidade de adaptação rápida às mudanças de mercado, dando um contributo significativo para o crescimento económico do País e para a criação de emprego. Trazem ideias frescas e disruptivas, desenvolvem produtos e serviços inovadores, ousando arriscar e vendo o invisível para muitos até que se torne óbvio, impulsionando o crescimento económico e a competitividade.
As startups tecnológicas desempenham também um papel fundamental na criação de emprego, ao contratar profissionais altamente qualificados, como engenheiros, cientistas de dados e programadores de software, gerando oportunidades de trabalho para reter jovens talentos que, de outra forma, poderiam emigrar.
De acordo com o estudo “Empresas Startup em Portugal”, publicado em julho de 2023 pela Informa D&B, Portugal tinha mais de 12 mil startups em 2021. Este universo de empresas registou um volume de negócios superior a 1,7 mil milhões de euros, dos quais 562 milhões foram exportações e empregaram mais de 25 mil pessoas. A maioria das startups é de base tecnológica, cerca de 85% delas estão relacionadas com serviços intensivos em conhecimento de alta tecnologia.
Outro relatório, o “Startup Heatmap Europe Report 2022”, da DEEP Ecosystems, posiciona a capital portuguesa no ranking dos 10 hubs europeus de startups mais populares. Lisboa era o hub com a maior percentagem de mulheres founders em 2021. Na Europa, dados da Europe Startup Nations Alliance indicam que em 2021 existiam 246 mil startups, responsáveis pela criação de 5,6 milhões de postos de trabalho na União Europeia.
Portugal tinha mais de 12 mil startups em 2021. Estas empresas registaram um volume de negócios superior a 1,7 mil milhões de euros e empregaram mais de 25 mil pessoas.
É este universo de empresas e de empreendedores ao qual o Altice International Innovation Award (AIIA) pretende chegar. Uma das três categorias da sétima edição deste prémio está destinada a jovens startups, criadas a partir 2020. É a categoria que possui o maior prémio monetário: 50 mil euros. O valor do prémio é importante, mas estar entre as três finalistas ou mesmo vencer, é também uma oportunidade de chegar divulgação, de reconhecer o talento das novas empresas e de potenciar a criação de parcerias tecnológicas ou de negócio. As candidaturas estão abertas até 24 de setembro no site https://www.alticelabs.com/aiia/.
Alcino Lavrador, diretor-geral da Altice Labs, explica: “Para além de ajudarmos as startups a serem conhecidas, criam-se parcerias que permitem, inovar em muitas facetas dos produtos que desenvolvemos e até mesmo criar novos.” Um dos exemplos mais recentes é a parceria com a PICAdvanced, uma startup da Universidade de Aveiro com a qual a Altice Labs desenvolve componentes que são únicos e que criam diferenciação no mercado de soluções de tecnologia ótica. “Em conjunto, desenhamos o roadmap evolutivo e, em coinvestimento, ultrapassamos os problemas que encontramos, ao mesmo tempo que encontramos novos espaços de negócio” Num mundo de enorme complexidade tecnológica, é praticamente impossível para uma empresa, por muito grande que seja, deter todo o conhecimento que necessita para disponibilizar soluções completas para os seus clientes ou utilizadores. Cada vez mais é necessário recorrer a empresas especializadas que são mais eficientes e eficazes nalgumas fases de toda a cadeia de valor. É isso que a Altice Labs procura identificar nestas startups, enquanto contribui para a sua capacitação e robustecimento também com o programa ENTER, conclui Alcino Lavrador.
Tecnológicas, com rápidos crescimentos e perfil exportador
O estudo da Informa D&B mostra que o segmento dos serviços representa mais de dois terços do volume de negócios, empregados e exportações das startups, destacando-se as atividades de consultoria e programação informática, que correspondem a cerca de metade do volume de negócios e empregos destas empresas. Entre os restantes setores, as startups de “Fabricação de máquinas e de equipamentos”, que pertencem ao segmento das indústrias de média-alta tecnologia, representam cerca de 10% do total do negócio.
Mais de uma em cada quatro startups (28%) exporta e os negócios que mantêm com outros países representam um terço (33%) do total da sua faturação. No restante tecido empresarial, incluindo as empresas com idade até 10 anos, bem como as restantes PME, pouco mais de 10% vendem para o exterior e as exportações não ultrapassam os 20% do total do volume de negócios.
Entre 2018 e 2021, as startups cresceram a um ritmo mais elevado do que os restantes segmentos, quer no volume de negócios (16,4%), quer no emprego (12,2%). Em cerca de 20% das startups, o crescimento do volume de negócios verificou-se em três anos consecutivos. Apenas as empresas mais jovens, que estão em atividade há menos de 10 anos, registam valores de crescimento próximos dos verificados pelas startups.
Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, refere a este propósito que “pelo dinamismo que trazem ao tecido empresarial, as startups são empresas com uma importância cada vez maior, que justifica uma clarificação do próprio conceito de startup; a natureza tecnológica e inovadora das suas operações e o crescimento que registam, frequentemente mais rápido do que as outras empresas, tornam-nas apetecíveis para investidores nacionais e estrangeiros que acreditam nesse capital de inovação e crescimento”.
A última década revelou uma tendência de crescimento do número de novas empresas de cariz tecnológico. O aumento anual deste tipo de empresas é de 8,6% desde 2013, com destaque para os últimos dois anos (entre 2020 e 2022) cujo aumento foi mais acentuado.
Em 2022, o número de novas empresas no tecido empresarial aumentou 39% face a 2013, mas as constituições de empresas de cariz tecnológico registaram um aumento ainda mais expressivo, atingindo mais do dobro de constituições (+110%) do que em 2013. Fruto desta tendência, as constituições de empresas de cariz tecnológico em 2022 já representaram quase 7% do total de constituições do ano.
No tema dos chamados “Unicórnios” portugueses, as startups valorizadas em mais de mil milhões de US$, Portugal também se tem vindo a destacar positivamente do resto da Europa. Portugal conta já hoje com 7 Unicórnios fundados no nosso país e nomes como Farfetch, Feedzai, Talkdesk ou Outsystems são reconhecidos em todo o mundo. Este potencial que Portugal tem demonstrado para criar startups de elevado valor deverá ser ainda mais reforçado pelo novo programa “Fábrica de Unicórnios” – Unicorn Factory Lisboa – recentemente lançado pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Startup Lisboa.
Finalistas do AIIA na categoria “Startup” em 2022
A Edição de 2022 do AIIA selecionou três startups finalistas de elevadíssimo nível de entre mais de uma centena de concorrentes. Esses finalistas foram a Inclusio (Irlanda), a IPlexMed (Portugal) e a Neroes (Portugal).
A Inclusio é uma startup irlandesa sediada na Irlanda e que possui uma plataforma cloud projetada para medir e promover a cultura de cada organização. Esse trabalho é desempenhado através da combinação de tecnologia, ciência comportamental e inteligência artificial, e permite que os colaboradores construam o seu perfil de diversidade de uma forma confidencial. Esses dados permitem que as organizações valorizem a diversidade dos seus colaboradores e que promovam políticas mais inclusivas, que valorizem e respeitem as diferenças. Um ambiente de trabalho mais inclusivo e diverso promove a inovação e a criatividade e melhora o desempenho e a produtividade da organização. A Inclusio foi a vencedora da categoria “Startup” na edição do ano passado tendo recebido um prémio de 50 mil euros.
Outra das startups finalistas foi a portuguesa IPlexMed, uma startup de Braga que desenvolveu uma plataforma de diagnóstico genético rápido para doenças respiratórias. Trata-se de um sistema não invasivo, portátil e conetável, com qualidade laboratorial, podendo ser utilizado em qualquer momento e em qualquer lugar. A terceira finalista foi a Neroes, outra startup portuguesa, sediada no Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica da Universidade de Lisboa. A empresa criou uma plataforma de treino mental não invasiva baseada em dados quantitativos para ajudar a combater o stress e a ansiedade em atletas de alta competição. A Neroes possui também uma versão desta ferramenta para o mundo empresarial. A ideia por trás deste serviço é a utilização de neurotecnologias digitais, que desenvolvem um treino interativo que potencia o desempenho ao trabalhar as competências mentais.
O que define uma startup?
• Ser uma empresa com uma dimensão enquadrável na definição de PME;
• Ser uma empresa com idade inferior a 10 anos;
• Ser uma empresa com atividade tecnológica ou empresas inovadoras;
• Ser uma empresa com atividade tecnológica, tendo o CAE principal de acordo com a definição do INE que corresponde às indústrias de alta tecnologia, indústrias de média-alta tecnologia e serviços intensivos em conhecimento de alta tecnologia.