O Conselho Consultivo do ICCC
11 Out 2024
Na Cimeira do Clima, a indústria seguradora mostrou compromisso crescente com a adaptação às alterações climáticas. Na COP30, seguros terão um pavilhão próprio. Fidelidade lidera com Plano Net Zero e Impact Center for Climate Change
Na COP30, que irá ter lugar em novembro de 2025 em Belém do Pará, no Brasil, a indústria seguradora irá ter, pela primeira vez, um pavilhão próprio numa Cimeira do Clima, que se irá chamar Casa do Seguro. O anúncio foi feito por Dyogo Oliveira, CEO da Confederação Nacional das Seguradoras do Brasil, durante um painel organizado pela Fidelidade no Pavilhão de Portugal na COP29, em Baku, no Azerbeijão (que terminou a 24 de novembro).
Esse anúncio, na perspetiva de João Mestre, Diretor de Sustentabilidade da Fidelidade, que esteve presente, com uma delegação da seguradora, na COP29, mostra o compromisso crescente do setor com o combate às alterações climáticas. “Temos cada vez mais seguradoras presentes nestas conferências, o que mostra a importância que o setor tem para garantir a resiliência da economia e da sociedade face às alterações climáticas”, afirmou João Mestre.
“A indústria seguradora tem um importante papel como investidor mas é sobretudo importante na proteção dos investimentos face a este fenómeno, e na criação de incentivos para que sejam encontradas melhores respostas para a mitigação e para a adaptação às alterações climáticas”, destacou o Diretor de Sustentabilidade da Fidelidade.
Temos cada vez mais seguradoras presentes nestas conferências, o que mostra a importância que o setor tem para garantir a resiliência da economia e da sociedade face às alterações climáticas.
No contexto do desenvolvimento de melhores soluções para este combate, o ponto alto da participação da Fidelidade na COP 29 foi o lançamento do ICCC – Impact Center for Climate Change.
O ICCC é um Centro de Conhecimento dedicado ao estudo aprofundado das alterações climáticas e que pretende mitigar riscos e propor adaptações eficazes para a proteção do planeta, pessoas e recursos. Vai aliar as competências e recursos internos da Fidelidade à investigação científica, através de parcerias com entidades externas, incluindo universidades, centros de investigação, entidades públicas, resseguradores e consórcios internacionais.
“O Centro foi muito bem recebido e a iniciativa muito elogiada pelas empresas e ONGs (organizações não governamentais) com quem falámos”, referiu João Mestre. “Há um reconhecimento do valor e do caráter inovador do Centro. Os estudos que nos propomos fazer neste âmbito têm valor a nível nacional e internacional. O tema da mitigação, mas sobretudo, da adaptação às alterações climáticas e a eventos como incêndios e inundações, carece ainda de estudos”.
A Fidelidade está, por isso, na linha da frente deste combate. “A nossa participação na COP29 foi um sucesso pelo impacto que teve este lançamento e pela validação que tivemos sobre o sentido e o valor do ICCC”, afirmou João Mestre.
O lançamento do centro decorreu no âmbito do evento organizado pela Fidelidade no Pavilhão de Portugal. Para além da apresentação do Centro, feita por Rui Esteves, Co-Coordenador do ICCC e Diretor de Estatística e Estudos Técnicos Não Vida da Fidelidade, o evento contou com a apresentação do primeiro «Guia global para planos de transição da indústria seguradora», por Butch Bacani, Head of Insurance do Fórum for Insurance Transition das Nações Unidas (FIT) e membro do Conselho Consultivo do Impact Center for Climate Change da Fidelidade. O FIT, em que a Fidelidade participa, assume particular importância por juntar seguradoras, reguladores, a sociedade civil e a comunidade académica com o propósito de desenvolver as práticas e a estratégia da indústria seguradora para acelerar e escalar uma transição justa para uma economia resiliente e carbono zero.
Durante este evento decorreu também um debate moderado por João Mestre sobre o tema “Cenários de ação climática para o setor dos seguros”, com a participação de Rui Esteves, Butch Bacani e Lorenzo Fantini, Global Leader da BCG ESG Risk & Compliance and Sustainability. A discussão incidiu sobre os custos da inação climática e sobre o papel da indústria seguradora na adoção de soluções práticas para enfrentar esta crise.
O painel debateu um relatório apresentado na COP pela consultora BCG sobre o papel do setor dos seguros como potenciador de soluções. Segundo João Mestre, “este relatório é particularmente interessante porque mostra a importância do setor como ‘enabler’ de investimentos em soluções para a mitigação e adaptação às alterações climáticas”. Na sua opinião, “os investidores estarão mais disponíveis para investir em tecnologias e soluções se tiverem soluções que protejam o seu investimento. No fundo as seguradoras podem funcionar como desbloqueadores de investimentos nestas áreas”.
Do que observou durante a COP29, João Mestre tirou a conclusão de que “a Fidelidade está claramente na linha da frente do setor segurador nestes temas”. Uma liderança que já se afirmara na COP 28 quando a seguradora divulgou o seu “Plano Net Zero para atingir a neutralidade carbónica, que estamos a implementar conforme o que foi divulgado, e que está completamente alinhado com aquilo que são as melhores práticas do setor segurador”. Isto porque “o plano contempla toda a nossa cadeia de valor, não só as nossas operações, como os fornecedores e a nossa atividade como seguradora e como investidor”, explica o responsável.
Este ano, o lançamento do ICCC mostra que “também estamos no pelotão da frente na produção de conhecimento, porque não há muitas seguradoras com iniciativas deste tipo”.
O Centro “funciona como um agregador de conhecimento e permite não só ter bases para pensar e desenvolver novos produtos e novos serviços para esta transição, como divulgar informação e conhecimento para a sociedade, para mudar comportamentos e influenciar politicas públicas e investimentos”, afirma João Mestre.
Recorde-se que a Fidelidade foi reconhecida, em 2023, pelo rating da Morningstar Sustainalytics como a quarta seguradora mais sustentável ao nível global e a segunda a nível europeu.
Os investidores estarão mais disponíveis para investir em tecnologias e soluções se tiverem soluções que protejam o seu investimento. No fundo, as seguradoras podem funcionar como desbloqueadores de investimentos nestas áreas.
Desta forma, o balanço que a Fidelidade faz da sua participação na COP29 é claramente positivo. “Divulgámos as nossas iniciativas, que tiveram um bom acolhimento, o que nos permitiu validar o valor da nossa ação em prol da sustentabilidade ambiental”, sublinhou o Diretor de Sustentabilidade da seguradora.
Por outro lado, numa perspetiva mais lata, “a nossa participação foi também importante para estarmos a par do que está a ser feito pelo setor financeiro e na área seguradora. Quais são os temas que estão a ser discutidos, que novos estudos estão a ser lançados, que inovações estão a ser implementadas e pensadas. Tudo isso é importante para a Fidelidade”.
Terminada a COP29 está na altura de olhar para o futuro. “O setor financeiro sempre esteve muito presente nestas conferências, mas o setor segurador não tanto. Este ano notámos maior presença de seguradoras e para o próximo ano já está anunciado que o setor terá um pavilhão dedicado”, observou João Mestre. Esta evolução mostra “que o setor está numa dinâmica de crescimento neste âmbito, sobretudo pelo seu papel como investidor, mas cada vez mais pelo papel que pode assumir na proteção dos investimentos face às alterações climáticas”.
A Fidelidade vai continuar a participar e a inovar. “Acredito que vamos continuar a estar presentes, não só porque queremos continuar a liderar, divulgando as nossas iniciativas, mas também porque este é o melhor sitio para tomarmos conhecimento de tudo o que de mais importante está a ser feito nesta área, para estabelecer relações e pontos de contacto com entidades com os mesmos objetivos e ambições que nós temos no campo da sustentabilidade”, conclui João Mestre.