Diminuir a pegada carbónica para metade já em 2030 e avançar rumo às zero emissões poluentes quando chegarmos à metade deste século são objetivos globais ambiciosos definidos pelas Nações Unidas. Um grande acelerador dessa transição é uma fonte energética tão antiga como as marés e o vento: o Sol.
Para se atingir a neutralidade carbónica em 2050, 90% da eletricidade produzida terá de vir de fontes renováveis. A nível europeu, o solar é a fonte de energia que mais cresce. A prova foi o que aconteceu este verão, entre os meses de maio a agosto, em que se atingiu um recorde de geração de energia solar na União Europeia, (UE) com mais cerca de 30% de produção de energia solar face a todo o ano de 2021, isto num quadro geopolítico da pior crise energética em décadas no velho continente. Durante a estação quente, os painéis solares produziram 12% da eletricidade da UE, o que levou a uma poupança de 29 mil milhões de euros, que seria o custo se tivesse sido produzida por fábricas de gás natural, uma fonte poluente, segundo a Ember.
A transição energética está também a bom ritmo do outro lado do Atlântico. As energias renováveis providenciaram mais de 25% da geração elétrica nos Estados Unidos (EUA) durante o primeiro semestre de 2022, segundo dados da US Energy Information Administration (EIA). Neste caso, a produção de energia solar cresceu 27,72% e assegurou 4,94% da geração elétrica nos EUA.
Seguindo a estratégia de combate às alterações climáticas, a administração do Presidente democrata Joe Biden lançou um programa federal em meados de julho para subsidiar a energia solar em casas de famílias desfavorecidas através de projetos de comunidades solares. Este programa deverá permitir atingir 134 GW de nova capacidade de energia solar em todo o país, descreveu um artigo no site Político. Para se ter uma ideia do que isto representa, a capacidade total de energia solar nos Estados Unidos situa-se atualmente em 97,2 GW , segundo o Departamento de Energia.
No caso concreto da Península Ibérica, é imperativo continuar a fazer crescer a geração de energia solar: a posição no mix total de Portugal e Espanha tem de aumentar para 32% até 2030 para que se consiga atingir a neutralidade carbónica. Significa passar do atual máximo de 3,5GW no combinado dos dois países (11% da geração de eletricidade) para os mais de 55 GW, o que é uma expansão da capacidade fotovoltaica, até mais de quinze vezes, também de acordo com uma estimativa publicada pela Bloomberg.
Se os dados são já de algum progresso, a nível global, o crescimento terá de ser muito maior- A Agência Internacional de Energia, estima que a energia solar e eólica cresça rapidamente nesta década, atingindo acréscimos anuais de 630 gigawatts (GW) de energia solar fotovoltaica até 2030. “É a fonte energética que mais cresce na Europa, é sustentável, inesgotável e durante a sua vida, uma instalação solar irá gerar 30 vezes mais energia do que a eletricidade necessária para a manufaturar”, segundo informações da EDP.
E todos temos de fazer parte da revolução solar: afinal, produzir a própria energia a partir da energia do sol está ao alcance das empresas e famílias em todo o mundo. Na Europa, a EDP já tem mais de 90.000 instalações de energia solar em famílias e a nível empresarial são já mais de 2.000 projetos em curso.
A crescente aposta do grupo EDP na energia solar descentralizada traduz-se também na aposta em novos mercados, como Itália e Polónia, desde 2020, em 2021 a entrada neste negócio nos Estados Unidos ou na Ásia, através da EDP Renováveis.
Globalmente, já foram contratados 1.4GWac de produção descentralizada de energia solar com a EDP em 12 mercados e três continentes.
Poupança, competitividade e autonomia
Escolher energia solar é também sinónimo de poupar. A autonomia de gerir a própria produção e consumo e a independência da rede permitem às empresas alcançar poupanças entre 20 e 40% e às famílias entre 20 e 25%, isto para os clientes da EDP Comercial.
Finalmente, é também um investimento competitivo, com retorno para clientes empresariais ao fim de 4 a 6 anos.
Para as empresas, a EDP oferece dois modelos de negócio, um dos quais nem sequer requer esforço de capital por parte do cliente. O primeiro modelo é um modelo chave-na-mão em que o cliente assegura o investimento do projeto solar, a pronto pagamento ou a prestações. Para que o investimento não seja um obstáculo, o segundo é o modelo as a service, no qual a EDP assume 100% do investimento e se encarrega da operação e manutenção da central, até 15 anos, acordando com o cliente uma tarifa 100% variável consoante a produção da central fotovoltaica.
Faurecia, o maior contrato para energia solar
Na aposta global no solar autoconsumo ou distribuído, a EDP já tem empresas que lhe confiam projetos em vários países ao mesmo tempo. É o caso do Grupo Forvia/Faurecia, fornecedora de componentes automóveis, o maior contrato para energia solar distribuída celebrado pela EDP até agora. Com esta parceria, vão ser instalados até 100MWp em mais de 60 fábricas na Europa, Ásia e Estados Unidos, o que, segundo este Grupo, irá evitar mais de 60 toneladas de CO2 ao longo da década.
Para Patrick Koller, CEO da Faurecia, o acordo com a elétrica portuguesa é muito positivo: “Produzir energia renovável nas nossas unidades é um compromisso fundamental para cumprirmos o objetivo de neutralidade carbónica até 2025. Tirar partido de parcerias estratégicas com líderes globais permite-nos acelerar e melhorar a nossa resiliência energética de uma forma mais sustentável”.
Contratos em Brasil e Itália
No Brasil, a EDP construiu parques solares para fornecer energias limpas aos restaurantes McDonalds nos estados de São Paulo e Minas Gerais, onde a rede é operada pela Arcos Dorados, a marca responsável pelo franchising norte-americano na América do Sul.
Em Itália, a EDP instalou uma central solar com produção de 2,5GW/ano nas instalações do Italian Sea Group, construtor e operador global de iates. “É um elemento adicional no nosso plano estratégico, que já inclui um compromisso sólido para a construção de iates movidos a energias limpas, o uso de materiais crus, como fibra de vidro e tinta, com baixo impacto ambiental”, comentou Costantino, fundador & CEO do Italian Sea Group.
Os novos bairros são solares
Para quem nunca pensou em mudar para a energia solar por falta de espaço para instalação dos painéis fotovoltaicos, ou de um simples telhado disponível, já pode na mesma fazer parte desta revolução energética juntando-se a um bairro solar.
Os Bairros Solares EDP são comunidades de energia renovável produzida localmente. Como funcionam? Os painéis solares são instalados nos espaços disponibilizados pelos produtores e a energia produzida é distribuída por todos: pelos produtores e pelos vizinhos. É a EDP que instala os painéis solares no espaço do produtor, sem qualquer investimento para o cliente.
Quem não tem espaço para a instalação de painéis solais da EDP, pode escolher ser vizinho de um Bairro Solar: basta encontrar um próximo da sua residência e aderir, através do website edp.pt. Toda a energia produzida e partilhada naquele bairro solar tem um desconto no preço.
Atualmente, os bairros solares vendidos pela EDP alcançam já 26MWp (considerando que um parque com 1MWp tem o tamanho de um campo de futebol, ou seja, um hectare, estamos a falar de uma área que será equivalente a 26 campos de futebol ou 26 hectares).
Estes bairros solares, nos telhados de condomínios ou empresas clientes, vão permitir levar energia a mais de 30.000 vizinhos nas suas proximidades.
Para além dos benefícios financeiros, com redução da fatura de energia, há também dados comprovados no sentimento de pertença a uma comunidade: um estudo conduzido pela YouGov em 10 países europeus (Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Polónia, Itália, Chéquia, Grécia, Roménia e Bulgária) em 2021 concluiu que as populações apoiam as comunidades solares e a ideia de serem proprietários de energia solar (e também eólica). 86% dos inquiridos apoiam novos projetos de energia solar e eólica e 84% querem mais energia solar no seu bairro.
Mora perto dos CTT? Junte-se a um bairro solar
O projeto das comunidades de energia ou Bairros Solares EDP está a ser estendido a empresas. Os CTT e a EDP assinaram uma parceria estratégica para a instalação de centrais de produção de energia solar em mais de 40 localizações. Estas centrais vão servir para fornecer energia solar aos edifícios dos CTT e, como a maioria dos locais têm mais espaço disponível do que o necessário, serão criadas comunidades de energia que vão alimentar 8 mil famílias e empresas. Os vizinhos destes bairros solares podem ter poupanças na eletricidade até 35%.
Para além de abastecer os seus edifícios com energia sustentável e de a poderem partilhar com a população envolvente, “este negócio permitirá gerar poupanças significativas aos CTT e reduzir a dependência da rede energética”.
João Bento, CEO dos CTT, manifestou a sua satisfação com a parceria: “É com enorme orgulho que nos aliamos à EDP Comercial nesta iniciativa. A sustentabilidade tem uma enorme importância para os CTT e não podíamos deixar de participar num projeto que reflete de forma inequívoca os nossos valores. Procuramos reduzir a nossa pegada carbónica, não só através do nosso portefólio, mas também através de parcerias como a que agora firmamos com a EDP e que, acreditamos, marca o início de uma estreita cooperação para o objetivo comum: promover um mundo mais sustentável e apoiar famílias e empresas.”
Podem aderir famílias e empresas que se encontrem na vizinhança das localizações escolhidas dos CTT. O investimento, manutenção e operação dos painéis serão feitos pela EDP, tal como todo o processo de angariação dos vizinhos e gestão desta comunidade.
Este é o primeiro projeto da EDP Comercial com várias comunidades de energia instaladas em simultâneo num único cliente. No total serão instalados cerca de 12 mil painéis solares em Portugal continental, com uma potência instalada de 6MWp e uma área equivalente a seis campos de futebol.
Para os CTT, este é mais um passo determinante no seu caminho de descarbonização já que estas instalações terão uma produção anual de 8,8GWh que vai contribuir para evitar mais de 1600 toneladas de emissões de CO2.