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Prémio Fidelidade Comunidade: distinguir “o melhor” que se faz no setor social

O Prémio Fidelidade Comunidade chega à 6.ª edição com três milhões de euros investidos, desde 2017, em 83 projetos de 76 instituições sociais. O presidente do Conselho de Administração da Fidelidade, Jorge Magalhães Correia, faz um balanço “muito positivo” da iniciativa

De 3 a 28 de novembro estão abertas as candidaturas para a 6ª edição do Prémio Fidelidade Comunidade. O objetivo é distinguir organizações sociais de norte a sul do país e ilhas que apoiam as comunidades onde mais é preciso nas áreas do envelhecimento, inclusão de pessoas com deficiência e incapacidade e, ainda, prevenção em saúde. O valor do prémio é de 750 mil euros.

Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração da Fidelidade, garante que as organizações encontram na Fidelidade um “parceiro confiável e próximo” e um acompanhamento à sua atividade e necessidades que vai muito além do prémio pecuniário.

Que balanço faz desta iniciativa da Fidelidade e de que forma o Prémio Fidelidade Comunidade tem cumprido o objetivo de gerar impacto social sustentável?

Só posso fazer um balanço muito positivo e estou muito satisfeito com o caminho que temos feito. Mas o verdadeiro impacto na sociedade não resulta da nossa ação, mas nasce no trabalho diário das pessoas e das organizações do setor social, que apoiam as comunidades onde mais é preciso.

Através do Prémio, foi-nos possível conhecer o que de melhor se faz no setor social em todo o país. Desde o litoral ao interior, apoiámos projetos de enorme qualidade, com características de inovação e que mitigam problemas sociais concretos.

O Prémio já abrangeu organizações de todos os distritos de Portugal continental e nas ilhas, correspondendo à nossa ambição de chegar a todo o território nacional e reforçar o impacto social onde ele é mais necessário.

O prémio dirige-se a organizações a organizações que trabalham nas áreas do envelhecimento, inclusão de pessoas com deficiência e incapacidade e prevenção em saúde. Por que razão a Fidelidade escolheu concentrar-se nestas três áreas?

Escolhemos estas três áreas, porque percebemos que é nestes territórios que conseguimos ter um impacto real, coerente com o propósito da Fidelidade, “para que a vida não pare”.

Acresce a esta coerência com o nosso propósito o facto de serem áreas com as quais temos uma relação diária, até por via da nossa atividade junto dos clientes da Fidelidade, o que nos faz ter muita experiência e conhecimento na forma de abordar estes temas.

O envelhecimento da população, a necessidade de inclusão de pessoas com deficiência e a prevenção em saúde não são apenas desafios sociais, são áreas sobre as quais a Fidelidade tem conhecimento técnico e capacidade para desenhar soluções holísticas e que combinam saúde, poupança e assistência. Acredito que em Portugal somos uma das poucas empresas, senão a única, que pode responder desta forma ao que nós chamamos os desafios da Longevidade.

O acompanhamento é, de facto, o elemento diferenciador do Prémio. Não nos limitamos a entregar uma verba para o desenvolvimento de projetos, procuramos sempre que exista um envolvimento com a comunidade.

Além do financiamento, o prémio inclui acompanhamento e partilha de conhecimento com as entidades apoiadas. Como é que a Fidelidade se envolve nesse acompanhamento?

O acompanhamento é, de facto, o elemento diferenciador do Prémio. Não nos limitamos a entregar uma verba para o desenvolvimento de projetos, procuramos sempre que exista um envolvimento com a comunidade.

Trabalhamos com as organizações de forma próxima e humana para reforçar as suas capacidades e garantir que os projetos têm consequência e escalabilidade.

O propósito do Prémio é fomentar a sustentabilidade das organizações sociais, sabendo que ao apoiarmos quem conhece e intervém diariamente numa comunidade, estamos a contribuir para a melhoria de vida das pessoas.

E ao longo de todas as edições ficou ainda mais claro para nós que esta sustentabilidade não é feita apenas pelo financiamento de projetos, mas por outras valências que vão desde o acompanhamento próximo duma equipa da Fidelidade à capacitação e outros serviços, como mentoria e voluntariado.

Vivemos tempos de incerteza económica e de desafios acrescidos para o terceiro setor. Que papel acredita que as empresas devem ter hoje no reforço do tecido social e na construção de comunidades mais resilientes?

Um papel crescente. Acredito que estamos a assistir a uma mudança de atitude das empresas em relação aos seus negócios, até por muita pressão dos próprios colaboradores. Atualmente, as pessoas em geral querem trabalhar em empresas que considerem socialmente envolvidas e responsáveis.

Depois acresce que em tempos de incerteza económica e de instabilidade não podemos esperar que seja o poder público a resolver todos os problemas sozinho. Na Fidelidade temos a convicção de que as organizações têm de ajudar a responder aos desafios económicos e sociais, envolvendo-se com as comunidades em que operam. O Prémio Fidelidade Comunidade tem sido uma ferramenta muito relevante neste envolvimento que pretendemos ter.

A nossa ambição de futuro é estarmos mais próximos da sociedade e do lado das soluções para os desafios que enfrentamos.

A Fidelidade tem uma estratégia de sustentabilidade muito ligada ao impacto social. Como se articula o Prémio Comunidade com essa visão mais ampla?

Gosto de pensar que essa articulação se faz entre uma dualidade que inclui o corpo e a alma da Fidelidade. O corpo de uma empresa está sempre a mudar. As empresas modernizam-se, evoluem, adotam novas tecnologias, mas aquilo que são os seus valores, a sua alma, não muda.

A Fidelidade é uma empresa muito tecnológica, sem dúvida, mas não é a tecnologia que nos distingue: são os nossos valores e a forma como os colocamos em prática. A Fidelidade mudou muitíssimo ao longo dos seus mais de dois séculos de história. Foi uma empresa privada, uma empresa pública, teve diversos acionistas e integrou várias marcas, com diversas estruturas societárias, mas conseguiu sempre manter certos valores.

Acredito que é este contacto próximo e humano que nos distingue enquanto empresa e olhando para o momento atual, numa época em que a inteligência artificial faz diluir a fronteira entre a realidade e a ficção, a autenticidade das relações humanas ganha ainda mais valor e relevo. Nós podemos ter assistentes virtuais, podemos utilizar algoritmos, mas esses mecanismos são apenas apoios para as relações humanas que se estabelecem e nós não confundimos pessoas com tecnologia.  

Os temas da saúde e do envelhecimento populacional ganham cada vez mais relevância. Que tendências identifica neste campo e como é que iniciativas como o Prémio Fidelidade Comunidade podem contribuir para respostas inovadoras?

Aquilo a que nós na Fidelidade chamamos Longevidade tem sido erradamente associado aos últimos anos de vida das pessoas, quando devia ser preparada desde o primeiro dia. A longevidade não é uma opção. Fomos nós, foi a nossa sociedade, que criou a longevidade que nos vai fazer viver mais anos. Agora temos de olhar para ela e não podemos ficar indiferentes. Na Fidelidade estamos convencidos que temos de fazer parte da solução, especialmente sabendo que Portugal é um dos países mais envelhecidos da Europa.

De forma paralela à nossa atividade, o contributo do Prémio Fidelidade Comunidade está direcionado para fora, para a sociedade e temos sido positivamente surpreendidos com o trabalho e a resiliência das organizações sociais, bem como pela qualidade das suas respostas e capacidade de inovação. 

Muitas vezes, o crescimento de uma instituição está na capacidade de encontrar parceiros sólidos. Que mensagem gostaria de deixar às organizações que ponderam candidatar-se a esta 6ª edição?

Que podem encontrar na Fidelidade um parceiro confiável e próximo. Achamos que as organizações não têm de fazer o seu caminho sozinhas. Um dos aspetos que tem vindo a ganhar importância no Prémio Fidelidade Comunidade também se prende com a procura de uma colaboração mais estreita entre organizações. Se existe uma organização social no Norte e outra no Algarve que têm a mesma missão, porque não desenvolverem uma relação e ajudarem-se mutuamente? Um dos desafios para as organizações tem a ver com falta de escala e é precisamente na interação entre organizações com o mesmo propósito que é possível gerar mais impacto.

Olhando para o futuro, qual é a ambição da Fidelidade para o Prémio Comunidade? Há planos para expandir o programa, reforçar as verbas ou integrar novas áreas de atuação social?

A nossa ambição de futuro é estarmos mais próximos da sociedade e do lado das soluções para os desafios que enfrentamos. Temos vindo a fazer uma reflexão profunda sobre a forma como o podemos fazer, tendo por base a filosofia a que chamamos WeCare e que é muito própria da Fidelidade, de ir além daquilo que é a nossa estrita obrigação profissional na relação com os nossos clientes.

Mas o WeCare, tal como hoje está configurado na Fidelidade, tem algumas limitações, pois dirige-se em primeira linha ao apoio aos nossos clientes e não à sociedade como um todo. Não podemos pedir a um colaborador da área de sinistros que atue em domínios que vão para além do seu âmbito profissional. Por isso pensámos fazê-lo através da  We Care – Fundação Fidelidade Fidelidade, que já tivemos oportunidade de anunciar publicamente.

O nosso objetivo é fazer chegar o espírito WeCare a um público mais vasto, transformando o nosso contributo para a sociedade em algo de permanente, independentemente das circunstâncias ou do momento.