Para o Centro Social de Soutelo, no concelho de Gondomar, a candidatura ao Prémio Fidelidade Comunidade, em 2019, era uma oportunidade para poder incluir e apoiar 150 jovens com deficiência e problemas de saúde mental e os seus familiares e cuidadores que participavam em projetos comunitários do centro.
Após a vitória, os responsáveis do centro descobriram que, mais valioso do que o prémio, é o acompanhamento pela Fidelidade e a pertença à Comunidade Fidelidade, que lhes permitiu equipar serviços e impactar muito mais pessoas nos diversos programas da instituição.
Com 48 anos de existência, o Centro Social de Soutelo dedica-se ao apoio à família na educação e proteção das crianças, promoção do bem-estar dos idosos, e apoio à comunidade através de respostas sociais e projetos de intervenção social. “Nós temos uma abrangência muito grande. Temos creche, dois pré-escolares, um ATL e sala de estudo. Depois temos dois centros de dia e serviço de apoio ao domicílio. Temos ainda 24 diferentes projetos de intervenção comunitária, como projetos Erasmus, sobre dependências, protocolos de Rendimento Social de Inserção, entre outros”, explica Helder Nogueira, coordenador de projetos.
Capacitar os cuidadores
Neste contexto, a candidatura ao Prémio Fidelidade Comunidade surgiu como uma oportunidade para concretizar uma ideia. “Nós vimos no prémio a oportunidade para poder desenvolver uma resposta que até àquele momento não tínhamos, no contexto do trabalho com jovens com défice cognitivo ou multideficiência e problemas de saúde mental. Faltava-nos alargar o trabalho às famílias, para dar mais força e mais impacto àquilo que estávamos a fazer com os jovens”, afirma Helder Nogueira.
O prémio veio permitir a implementação de um programa de desenvolvimento de práticas parentais que favorecem a autonomia destes jovens e o desenvolvimento de competências pessoais e sociais para uma integração acompanhada no mercado de trabalho. O que permitiu, através de sessões mensais e atividades pontuais de reunião, criar um grupo de pais/cuidadores mais recetivos ao fortalecimento das redes sociais e à consolidação das aprendizagens dos jovens. Foi também possível a construção de um kit pedagógico (digital e físico) que consolida essas aprendizagens e permite disseminar este conhecimento a outros cuidadores nas mesmas condições, bem como dinamizar sessões de capacitação para técnicos e empresas.
No caminho da empregabilidade
A importância deste trabalho é explicada pelo coordenador-geral do Centro Social de Soutelo: “É muito importante capacitar as famílias. Em primeiro lugar, porque é difícil reconhecer que se tem um familiar com deficiência. Em segundo, porque funcionam de forma protetora e tendem a isolar os jovens. Envolver e capacitar as famílias nas nossas ações tem um impacto incrível, a participação dos jovens torna-se muito mais regular e ativa e os resultados são mais rápidos e visíveis.”
Nós vimos no prémio a oportunidade para poder desenvolver uma resposta que até àquele momento não tínhamos, no contexto do trabalho com jovens com défice cognitivo ou multideficiência e problemas de saúde mental.
Refira-se que os programas do centro se destinam a estimular as competências pessoais e sociais dos jovens, “de forma que possam abraçar desafios, quer a nível pessoal, de inserção social, quer a nível profissional”. Com este objetivo, a equipa de Soutelo utiliza “metodologias mais artísticas, como a customização de peças de roupa, circo, música, teatro, ou seja, um grande número de intervenções artísticas diferenciadas”, esclarece Helder Nogueira.
Acompanhamento diferenciado
O acompanhamento do projeto pelos técnicos da Fidelidade foi da maior relevância. “Foi importante pelo feedback técnico, pela perceção dos utentes e dos familiares do envolvimento de entidades externas, e por nos obrigar a monitorizar e avaliar o projeto”, adianta aquele responsável. No entanto, para o Centro Social de Soutelo, muito mais importante do que o prémio foi a “entrada” para a Comunidade Fidelidade.
“O prémio teve um impacto direto em 150 jovens e familiares envolvidos no nosso projeto, mas o acompanhamento que tivemos e a relação que estabelecemos com a Fidelidade tem tido um impacto muito maior na instituição e nos seus mais de dois mil utentes, sejam idosos, jovens, crianças, ou pessoas com deficiência”, afirma Helder Nogueira.
Comunidade com impacto
Um exemplo da forma como a Fidelidade tem apoiado o Centro Social do Soutelo é através da doação de “salvados” de seguros. Estas doações permitiram colocar equipamentos informáticos nas salas do centro, desde o pré-escolar até aos idosos, e dotar com equipamentos geriátricos os serviços para idosos. “Da mesma forma foi possível arranjar roupas para um projeto que temos, o Reveste, em que jovens com deficiência ou problemas de saúde mental recuperam e customizam peças de roupa que vêm dos salvados, e que assim voltam a ser utilizadas”, exemplifica.
Para Helder Nogueira, o grande impacto da relação com a Fidelidade foi a continuidade após o projeto que ganhou o prémio: “Ainda há pouco tempo falei com a pessoa da Fidelidade que nos acompanha atualmente, para sublinhar o impacto desta ligação, que vai muito além das 150 pessoas do projeto. Foi transversal à instituição e impactou os dois mil utentes do centro porque permitiu equipar as salas de educação, os serviços para idosos e os nossos projetos comunitários, e alargar o âmbito da nossa intervenção.”
Para mais informações, visite premio.fidelidadecomunidade.pt.