A história da CAPITI começa em 2016 quando o médico neuropediatra Nuno Lobo Antunes desafiou Mariana Saraiva, que já tinha larga experiência em diversas entidades no setor social, a ajudar a resolver um problema recorrente na sua clínica: muitas vezes as famílias traziam-lhe crianças e jovens para diagnosticar perturbações do neurodesenvolvimento, mas depois não iniciavam, ou prosseguiam, os tratamentos, por motivos financeiros.
Nessa altura, a clínica PIN, liderada pelo neuropediatra, tinha cerca de 40 famílias sinalizadas nessa situação. Iniciou-se então um projeto-piloto para apoiar e acompanhar estas pessoas, e que viria a dar origem, em 2017, à CAPITI – Associação Portuguesa Para o Desenvolvimento Infantil. Esta associação “acolhe famílias em situação de vulnerabilidade económica e social, e que precisam de apoio para os seus filhos na área da saúde mental”, explica Mariana Saraiva. “Fazemos um retrato social e económico da família e determinamos o nível de apoio adequado.
Recorrendo a uma rede de clínicas parceiras espalhadas pelo País, encaminhamos para o apoio clínico e o acompanhamento especializado e personalizado destes jovens e crianças”.
O que o prémio permitiu
Em 2018, a CAPITI tinha já uma pequena equipa de voluntários, um número crescente de famílias apoiadas e uma rede de clínicas parceiras em expansão. E foi com o projeto de montar uma pequena estrutura, contratando uma assistente social e uma técnica administrativa, que a CAPITI foi uma das vencedoras do Prémio Fidelidade Comunidade em 2018.
A entrada destes recursos humanos permitiu à associação ter um atendimento profissional e regular, ter registos e indicadores, e, com a entrada da assistente social, fazer um trabalho mais consistente na avaliação dos pedidos de apoio, manter o contacto com as clínicas e IPSS parceiras, encaminhar e acompanhar as crianças, e monitorizar e reportar resultados. “As famílias não são números e é importante perceber todo o contexto, não nos podemos ater apenas aos rendimentos ao avaliar as candidaturas”, observa Mariana Saraiva. “O nosso objetivo é acolher o maior número possível de famílias carenciadas e dar-lhes acesso a estes tratamentos em clínicas privadas especializadas. De outra forma estes jovens não seriam acompanhados porque os apoios públicos não cobrem as necessidades”, explica.
A Fidelidade é um parceiro com P grande, preocupado com as causas que apoia.
Parcerias com clínicas
A atividade da CAPITI tem vindo a crescer e atualmente conta com clínicas parceiras em 12 cidades. “Começámos em Lisboa, com a parceria com a clínica PIN, o que nos permitiu estender a atividade ao Porto. Alargámos a outros pontos do país como Coimbra, Aveiro e Algarve. Hoje, estamos também em Almada, Montijo, Resende, Baião e Amarante.”, conta Mariana Saraiva. “Desde 2017, já apoiámos e acompanhámos mais de 430 crianças. Neste momento, acompanhamos cerca de 200 jovens e crianças em todo o País”, destaca.
“Grande parte destas crianças e jovens têm Perturbações do Espectro do Autismo, Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, Dificuldades de Aprendizagem, Adições, Perturbações de Ansiedade e Depressão, estas últimas potenciadas pela pandemia e pela guerra.”
Mas o mais importante do prémio foi a entrada da CAPITI para a Comunidade Fidelidade, com o acompanhamento e o acesso a oportunidades e apoios que isso significa. “A Fidelidade desde que nos conheceu nunca mais nos deixou. Acompanha-nos, conhece a realidade do nosso trabalho e mantém uma relação próxima connosco”, enaltece Mariana Saraiva.
Sentido de comunidade
Para a CAPITI, “a Fidelidade é um parceiro com P grande, preocupado com as causas que apoia”. Esse apoio manifestou-se já, por exemplo, na colaboração com o leilão anual da CAPITI, na inclusão das famílias apoiadas pela associação numa iniciativa de Natal da Fidelidade com o Continente, e, mais recentemente, com o valor das inscrições da Corrida Multicare Vitality a reverter para a CAPITI. Refira-se que no âmbito do Programa Multicare Vitality, os utilizadores podem também trocar os pontos (FidCoins) que ganham por terem hábitos saudáveis por vouchers CAPITI, contribuindo assim para a associação.
Esta dinâmica de apoio contínuo é muito importante para associações como a CAPITI, que vivem essencialmente de donativos de privados. “Estes contributos são uma parte muito significativa dos nossos apoios. São importantes para a nossa continuidade, mas sobretudo para que possamos alargar a nossa ação e apoiar mais famílias, numa lógica de apadrinhamento”, assume a responsável. “Cada uma destas crianças representa um custo significativo para a associação e normalmente ficam connosco dois a três anos, às vezes mais, dada a natureza dos seus problemas. Para nós é uma responsabilidade muito grande quando acolhemos uma família. Tentamos crescer de forma estruturada e sustentada para nunca abandonar nenhuma família e nunca interromper uma intervenção e deixar uma criança por acompanhar”, afirma Mariana Saraiva. Por isso, a CAPITI está sempre à procura de mais apoios e todas as ajudas são bem-vindas. Veja como pode ajudar em capiti.pt.
Para mais informações, visite premio.fidelidadecomunidade.pt.