O lançamento do peso é um desporto da Grécia Antiga que vimos materializado no corpo impressionante de Eliana Bandeira, 28 anos, 1,83 metros de altura, 91 quilos de peso, braços e pernas definidos e torneados. “Na rua, quando me abordam, às vezes pensam que sou do crossfit”, graceja.
Natural do Brasil, em Portugal desde os 18 anos e naturalizada portuguesa, Eliana Bandeira levou as cores deste país ibérico a Paris, ao maior evento desportivo do mundo, tendo sido eliminada na prova de qualificação para a final que decorreu na quinta-feira, 8 de agosto. A lançadora do peso deu tudo, ficou em 15º lugar, e com 17,97 metros como melhor marca.
Quando falámos com a atleta, antes da sua ida a Paris, contou-nos que o seu primeiro objetivo era superar o seu recorde pessoal dos 18,49 metros, que ficou por realizar. Como Eliana referiu, na altura: “Sem dúvida, em Paris terei de lutar a 300% pela final. Passa pelos meus objetivos, com a mesma força e a mesma garra que tenho tido nos treinos, dentro de uma época que tem sido espetacular. Portanto, vamos lá pensar grande, pensar que lá farei a minha melhor versão como atleta”, afirmou, com o sorriso que a caracteriza.
Ao contrário das jovens da sua idade, Eliana não quer perder peso, pelo contrário, quer ganhá-lo e reforçar a massa muscular. “O meu objetivo é chegar aos 93 quilos, estou com 91. Parece não ser muito difícil porque faltam apenas 2 quilos mas, para a minha genética e porte físico, é o meu maior desafio atualmente.” E para quê? “Para ter melhor performance”, explica.
Lançar o peso implica ter uma robustez física diferente de uma ginasta ou de uma nadadora. O regime alimentar que a atleta do Benfica segue é, por isso, muito específico. “É necessário rigor na alimentação, sobretudo no pós-treino. A minha alimentação é bastante rígida. Tiro os açúcares e é à base de hidratos de carbono e sobretudo da proteína que é bastante importante para a reconstrução do músculo no pós-treino.”
O treino atual dos lutadores de peso já é muito mais diversificado do que antigamente. “No ginásio, faço levantamento de cargas altas e afino pontos técnicos para que o peso salte o mais longe possível. Correr e saltar faz parte da preparação de uma lançadora do peso.”
Saltos e pesos no treino
No ginásio do CAR do Jamor vimos como Eliana salta como uma gazela de um banco para dois blocos que, juntos, perfazem 1,20 metros de altura. Repete os saltos várias vezes e depois vai levantar halteres com pesos de 100 quilos. Depois deste treino exigente, revigorou as forças ao beber um leite Mimosa Proteína de cacau que, além das 25gr de proteína por embalagem, é rico em cálcio, fósforo, iodo e riboflavina, que contribuem para o normal metabolismo produtor de energia.
Chegou a Portugal com 18 anos e foi aqui que descobriu o gosto por esta modalidade. A atleta do Benfica orgulha-se de poder viver do desporto e de não ser obrigada a ter uma outra profissão em paralelo. “Tenho um clube que me dá todas as condições para fazer do lançamento do peso a minha profissão. O Centro Nacional de Atletismo do Jamor tem as condições que eu preciso, Portugal fornece todas as condições para que eu tenha uma alta performance como atleta.”
Eliana reconhece que a sua situação é rara. “No meu caso vivo só do atletismo, é um cenário pouco comum de se ver no nosso desporto, mas penso que isso está a mudar. Portugal está a crescer muito em cultura desportiva, isso faz com que dê algum conforto aos atletas.”
Aos jovens com ambições de chegar aos maiores palcos globais do desporto, Eliana dá um conselho: “Resiliência é a palavra que me resume. Não desistam, superem-se a cada dia, dentro ou fora do desporto, procurem sempre desafiar-se.”
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