Este site usa cookies para melhorar a navegação. Ao navegar no website concorda com o seu uso. Para saber mais leia a nossa Política de Cookies.

“No atletismo, 20% é talento e 80% é trabalho”
Francis Obikwelu

“No atletismo, 20% é talento e 80% é trabalho”

Francis Obikwelu, 45 anos, velocista recordista nacional nos 100 e nos 200 metros, é “uma máquina”, como se define. Ainda hoje, como treinador de jovens, levanta-se cedo, faz ginásio e treina todos os dias, come as suas seis refeições diárias com hidratos e proteína e descansa.


Publicado em 14 Ago 2024

Corre como uma gazela nas pistas do parque de atletismo Alberto Chaíça, na Sobreda da Caparica. O velocista Francis Obikwelu, que levou a bandeira de Portugal a todos os cantos do mundo com a sua medalha de prata nos 100 metros em Atenas, em 2004, ainda é um atleta incansável aos 45 anos e um treinador de jovens exigente e focado na disciplina.

Foi descoberto na Nigéria ainda em miúdo quando um treinador o viu a correr na rua para ir vender pão. Terá sido o único acaso ou golpe de sorte na sua vida. A partir daí, a sua determinação fez o resto.

Naturalizado português em 2001, pai de dois filhos, com 6 e 3 anos, Francis dá, como treinador, os mesmos conselhos que passa aos seus: “Em primeiro lugar, é ter disciplina; em segundo, é saber o que queres e sonhar, pois sem sonhos estamos mortos. 20% é talento, 80% é trabalho. Vai haver lesões, várias dificuldades, é importante saber perder. E o mais complicado são os amigos. Os que não te fazem crescer são para afastar logo.”

Vive em Sesimbra com a sua família. Na sua impressionante carreira como atleta conquistou todos os troféus que queria. “Como atleta já cacei tudo”, diz, com o sorriso aberto que o caracteriza. “Fui o primeiro atleta africano a ganhar o campeonato do mundo de juniores, o segundo do planeta nos 100 e 200 metros na Austrália, em Portugal o primeiro atleta a ganhar a medalha de prata nos 100 metros em Atenas. A única coisa que faltava, tinha 32 anos, era ser campeão da Europa de pista coberta nos 60 metros e isso consegui em Paris”.

Para os jovens atletas com grandes sonhos, recomenda “disciplina e rigor”. “Se o treino começa às 9h30, é para chegar às 8h00 ou às 8h30. No treino não há telemóveis nem Instagram. Se não tiverem objetivos, nunca chegam lá. Hoje têm todas as condições para serem bons atletas: ginásios, pistas para fazer retas, tudo.”

Perfil do atleta

Francis Obikwelu, 45 anos, velocista, representou Portugal na maior competição do mundo em Atenas, em 2004, onde ganhou a medalha de prata nos 100 metros com o tempo de 9,86 segundos. Foi recordista europeu e ainda é recordista nacional nos 100 metros e nos 200 metros, com 9,86 segundos, e 20,01 segundos, respetivamente.  

Data de nascimento: 22 de novembro de 1978, Onitsha, Nigéria.

Peso: 93 kg

Altura: 1,90 metros

Nacionalidade: nigeriano, naturalizado português em 2001.

Estado civil: Casado com Lerlanda Silva e pai de dois filhos, com 6 e 3 anos.

Profissão: treinador de jovens em atletismo.

Marco no desporto: medalha de prata nos 100 metros em Atenas, em 2004, com o tempo de 9,86 segundos, o seu recorde pessoal que ainda não foi quebrado em Portugal.

O primeiro desporto: atletismo. Foi descoberto na Nigéria por um treinador que o viu a correr na rua, onde vendia pão.

Trabalhador: veio para Portugal com 16 anos e chegou a trabalhar nas obras, no Algarve, depois de ter sido recusado pelo Benfica e pelo Sporting.

Troféus: recordista europeu de velocidade nos 100 metros com o seu tempo de 9,86 segundos, até ser batido em 2021 pelo italiano Marcell Jacobs, que superou por dois centésimos a sua marca, em Tóquio, em 2021. Recordista português nos 100 e 200 metros. Vice-campeão do mundo nos 100 metros em Atenas em 2004.

Regime alimentar: toma seis refeições por dia. Gosta de uma boa cachupa, de pizza e de hambúrgueres. Mas também treina todos os dias, por isso, precisa de hidratos de carbono e de proteína. É apreciador do leite Mimosa Cacau, com 25% de proteína por embalagem, sem açúcares adicionados e sem lactose.

Veja Também