Ao fazer o retrato rigoroso das receitas e das despesas (o episódio seguinte explica como o fazer) irá perceber que existe uma média mensal, a partir da qual poderá fazer um melhor planeamento e gestão do orçamento. E é aqui que as ferramentas tecnológicas podem dar uma ajuda, uma vez que, feito o registo das entradas e saídas de dinheiro, estas aplicações facilitam os cálculos e algumas ainda fazem sugestões de melhoria.
Ao ter uma visão global do seu dia a dia financeiro será mais fácil perceber onde pode cortar nas despesas que não sejam essenciais. Renegociar o crédito habitação com o banco, verificar se a operadora de telecomunicações tem pacotes ou promoções mais em conta, ou se há uma empresa fornecedora de luz e gás com melhores preços são algumas das formas de poupar mensalmente.
Já para poupar nas despesas variáveis, considere os seus hábitos de consumo, evite compras de produtos supérfluos no supermercado (idealmente não faça compras sem uma lista previamente preparada), e reaproveite peças de roupa ou, se preferir, venda o que já não usa numa das aplicações que existem.
Agora que controlou o orçamento familiar, pode dar mais um passo na direção da poupança. Para começar, é essencial criar uma almofada financeira para enfrentar imprevistos, na qual não deverá mexer a não ser numa emergência. Os especialistas recomendam que essa poupança seja equivalente a, no mínimo, seis meses de salário para trabalhadores por conta de outrém e de doze meses para trabalhadores por conta própria.
Esta será a poupança de curto prazo, mas, concretizado este objetivo, está na altura de estabelecer novas metas de poupança, a médio e longo prazo. Adquirir um carro para a família, fazer obras em casa ou guardar dinheiro para umas férias de sonho são objetivos que entram nas metas de médio prazo. Neste caso, depois de contabilizar quanto consegue pôr de lado em cada mês, faça os seus planos e comece a criar um “mealheiro”. Pode pôr um valor fixo mensal numa conta-poupança, por exemplo.
Já para as metas de longo prazo – em que se incluem projetos como acabar de pagar a casa, construir um fundo para os estudos universitários dos filhos, ou amealhar para a reforma –, é importante que comece a juntar o mais cedo possível para que o esforço financeiro de poupança seja menor. Neste caso, é importante que invista o valor poupado, de forma a fazê-lo crescer.
Um melhor conhecimento sobre as finanças pessoais permite tomar decisões mais informadas e adequadas, em cada momento da vida. A esta capacidade chama-se literacia financeira, o que significa que as pessoas entendem os conceitos financeiros, são menos propensas a tomar decisões impulsivas, e estão mais aptas a fazer escolhas que beneficiem a sua situação financeira a longo prazo.