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#42 | Taxas de juros afetam investimentos e empréstimos?

Compreender essa dinâmica é crucial para tomar decisões financeiras mais informadas e para proteger o nosso futuro. Teste os seus conhecimentos.

As taxas de juro são a ferramenta mais importante que os bancos centrais, como o Banco Central Europeu, utilizam para controlar a inflação. Quando a inflação está alta, os bancos centrais tendem a aumentar as taxas de juro para tornar o crédito mais caro e, assim, conter o consumo e o investimento excessivos – o que ajuda a travar a subida de preços.

Mas, tal como aconteceu entre 2022 e o início de 2024, esta intervenção do Banco Central Europeu e, consequentemente, de todos os bancos centrais em cada país, tem consequências diretas para todos. Por exemplo, e como foi largamente noticiado, os empréstimos (como o crédito à habitação ou ao consumo) ficam mais caros. As prestações aumentam, o que pesa no orçamento das famílias. Aliás, neste período, foram muitos os portugueses que tiveram de pedir ajuda aos bancos para renegociar os seus créditos, de forma a evitar os incumprimentos.

Por outro lado, quando os juros aumentam, os investimentos em poupança tornam-se mais atrativos, pois as taxas de juro mais elevadas podem significar melhores rendimentos em depósitos a prazo ou obrigações. Mas, se a inflação também subir, esses ganhos podem ser reduzidos.

Se guardar dinheiro num mealheiro ou numa conta bancária que não rende nada, estará a perder dinheiro ao longo do tempo, mesmo que o valor nominal continue o mesmo. Isso acontece porque a inflação “corrói” o valor do dinheiro. Por exemplo, se guardar 5.000 euros numa conta sem rendimento, com uma taxa de inflação de 4% ao ano, daqui a um ano, esse dinheiro valerá, em termos reais, apenas 4.800 euros. Ainda terá os 5.000 euros, mas o que pode comprar com eles será menor. Por isso, quando a inflação está alta, é importante procurar formas de aplicar o dinheiro que, pelo menos, acompanhem essa subida.

Já investimentos em ações ou em imóveis podem tornar-se menos interessantes, uma vez que os custos de financiamento aumentam e o consumo tende a desacelerar. Por isso, para proteger o seu poder de compra, procure investimentos com retornos acima da inflação, e não adie mudanças que possam melhorar a sua situação financeira.

Lembre-se de que a inflação é um fenómeno económico natural, mas quando descontrolada pode corroer o valor do dinheiro, afetar a qualidade de vida e obrigar a repensar hábitos de consumo e poupança. Já as taxas de juro são o instrumento-chave para tentar manter esse equilíbrio, influenciando tanto os nossos créditos como os nossos investimentos. Compreender essa dinâmica é crucial para tomar decisões financeiras mais informadas e para proteger o nosso futuro.

O que deve fazer?

  • Acompanhe a inflação – Esteja atento ao índice de preços. Se os preços estão a subir, procure aumentar as suas receitas ou cortar despesas.
  • Reveja os seus investimentos – Em tempos de inflação alta, manter dinheiro parado é perder valor. Procure aplicações com rendimentos que superem ou se aproximem da inflação.
  • Atenção aos créditos – Se tem empréstimos com taxa variável, considere renegociar com o banco ou amortizar parte da dívida.
  • Pense a longo prazo – A economia tem ciclos. Entender como a inflação e os juros se movimentam ajuda a tomar decisões mais acertadas, não só para o presente, mas também para o futuro.

#1 | Porque é que a literacia financeira é importante para todos?

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