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“Fundos europeus não financiam sonhos, mas projetos”

A mesa-redonda “Fundos europeus: um balanço empresarial”, foi moderada pelo jornalista João Ferreira (à esquerda), e contou a participação de Bernardo Patrão, director of Innovation da Critical Software, e Jorge Ferreira, CEO da Palbit (à direita).

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“Fundos europeus não financiam sonhos, mas projetos”

A Palbit e a Critical Software são duas empresas que têm utlizado os fundos comunitários para acelerar o seu crescimento e a inovação de produtos, processos, serviços e conceitos.

“Os fundos europeus são um acelerador da economia e das empresas que permite aumentar a velocidade dos investimentos e são críticos para o crescimento rápido das PME”, afirmou Jorge Ferreira, CEO da Palbit, fundada em 2016 e que faz ferramentas de alto rendimento, faturou 15 milhões de euros em 202o, exporta para mais de 70 países e conta com 200 trabalhadores. Acrescentou que não tem tido dificuldades na submissão e aprovação de projetos porque “os projetos inteligentes e com valor, como os nossos, têm tido apoios da banca e do IAPMEI, os fundos europeus que não financiam sonhos”.

A Critical Software está na área do software e hardware em sistemas críticos e consultoria em áreas tecnológicas, tendo feito recentemente uma joint-venture com a BMW, faturou 64 milhões de euros em 2020, tem 900 trabalhadores e exporta 78%. Como explicou Bernardo Patrão, director of Innovation da Critical Software, tem utilizado os fundos europeus para o desenvolvimento, em colaboração com o sistema científico e tecnológico, de novas tecnologias, produtos e conceitos e também para obter vantagens competitivas para atrair e fixar investimento estrangeiro.

O impacto dos capitais próprios

Segundo Jorge Ferreira, investem entre 3 e 5 milhões de euros por ano em novos equipamentos e em I&D. Explicou que o investimento em inovação das empresas é feito como se fosse uma escada e quanto menor é a empresa, maior é o degrau. Por isso, considera que os programas de capitalização, que estão previstos no PRR no valor de 1,3 mil milhões de euros através do Banco Português de Fomento, são uma boa notícia para as empresas portuguesas. “Quando se empresta um milhão a uma empresa é um milhão, mas quando se investe o mesmo valor nos capitais próprios significa que se pode alavancar três milhões de euros, o que tem um efeito exponencial no tipo de projetos de investimento e na economia.”

Bernardo Patrão alertou para o facto de a linguagem dos formulários dos fundos europeus, no que se refere aos incentivos e às majorações, nem sempre ser acessível ao comum dos mortais. “Deviam ser mais simples de compreender, mais ágeis, porque quanto mais fácil for, mais acessível será às pequenas e médias empresas.” Revela que a Critical recorre a outsourcing para identificar os melhores fundos e os melhores projetos em que vale a pena investir: “Não faz um uso extensivo dos fundos, mas milimétrico para acelerar as suas tecnologias e fixar investimentos.”

“Na Palbit, concentramo-nos nos projetos e no que queremos para a empresa, depois a parte administrativa é contratada em outsourcing. O importante é saber que projetos se querem fazer e preparar as condições de capital e outras para a sua implementação quando os fundos europeus chegarem”, sublinhou Jorge Ferreira.

Este gestor chamou a atenção para o problema que as empresas hoje enfrentam e que é a falta de recursos humanos e de equipas nas empresas. “É crítica a formação de pessoas e de quadros porque há uma fuga de cérebros, com os recém-licenciados em engenharia e matemáticas a sair do país para trabalho no estrangeiro”, disse Jorge Ferreira. O gestor da Critical Software concordou que há dificuldades em contratar quadros qualificados para as áreas das tecnologias “porque a procura tem aumentado exponencialmente e não estão a ser formadas pessoas suficientes para as necessidades”. Alertou que com o teletrabalho aumentou a fuga de cérebros porque as empresas localizadas no estrangeiro passaram a fazer mais contratação de mão de obra qualificada na área das tecnologias em Portugal.