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Mendes Gonçalves: 40 anos a inovar o paladar dos portugueses

Alexandra de Almeida Mendes Gonçalves, CEO da Mendes Gonçalves

Notícias

Mendes Gonçalves: 40 anos a inovar o paladar dos portugueses

Quando um produto regional dá origem a um negócio de sucesso e comprometido com a sua terra e gentes, a sua história tem de ser contada.

Carlos Mendes Gonçalves tinha apenas 16 anos quando lhe surgiu a ideia de fazer vinagre de figo, um produto da sua terra, a Golegã. Corria o ano de 1982 e, com o pai, embarcou na aventura de dar início a uma empresa que apresentou, em 2020, um volume de negócios de cerca de 35 milhões de euros. “O vinagre de figo surgiu da vontade de fazer diferente, que está cravada no ADN da empresa desde o primeiro dia, aliada à vontade de aproveitar e reutilizar um subproduto da produção agrícola da região”, conta o fundador. A originalidade faz, assim, parte da sua estrutura, desde esse primeiro momento até aos produtos que continuam a colocar hoje no mercado.

No ano 2000, decidem enveredar pela produção de molhos, respondendo à ânsia de inovar e diversificar o portefólio e, cinco anos depois, adquirem a Paladin. É feito um reposicionamento da marca em 2012 (com mudança de assinatura em 2017 – que passa a incluir a indicação “Paladin, a Portuguesa”) e, no ano seguinte, é lançada a Sacana. Fazem ainda parte do seu portefólio as marcas Peninsular, Dona Pureza e Creative.

A evolução tem sido feita no sentido de diferenciar em termos de sabor, de ingredientes e acompanhamento das tendências e das necessidades dos consumidores. “Como exemplo, temos o recente lançamento da Maionese do Mar Paladin, feita com algas portuguesas e que nos permitem retirar metade do sal, quando comparada com uma maionese standard”, diz Alexandra de Almeida Mendes Gonçalves, CEO da Mendes Gonçalves. Este ano a Paladin lançou ainda: Piripíri Sacana com Cannabis, Mostarda Sacana, Molho Caril e Leite de Coco, Molho Iogurte Grego e o Creme Vinagre Figo Seco Moreno.

As inovações não se encontram somente ao nível do produto final. Também em termos industriais procuram soluções inovadoras, como a instalação de uma linha de enchimento a quente, que permitirá, além de outras vantagens, alargar a gama de produtos e fabricar molhos sem conservantes.

Ligação à academia

A ligação da empresa a várias entidades do sistema científico, entre universidades e centros tecnológicos e/ou de investigação, através de projetos de I&D cofinanciados, de projetos de curta duração e ligação, permite à Mendes Gonçalves estar próxima da geração de conhecimento e identificar lacunas e desafios, de forma a melhor servir o mercado.

Os projetos cofinanciados têm sido, também, uma parte importante do processo de evolução da empresa, permitindo a aquisição de equipamentos e o desenvolvimento de novos produtos. No quadro nacional Portugal 2020, obtiveram a aprovação em projetos nas diversas tipologias: Inovação Empresarial – Produtiva, Qualificação PME & Internacionalização e, Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.

A certificação é outro ponto-chave da empresa, que dispõe atualmente de certificação BRC, reconhecida pela GFSI (Global Food Safety Initiative), em termos de sistema de qualidade e segurança alimentar e certificação em Modo de Produção Biológico, tanto a nível de produção primária, para os pimentos que produzem e utilizam nos picantes, como a nível industrial. “Possuímos ainda certificações religiosas como Halal e Kosher, que obedecem a regras específicas sobre matérias-primas e processos de fabrico, de acordo com as leis islâmicas e judaicas, respetivamente”, refere Alexandra de Almeida Mendes Gonçalves.

Em nome de um mundo melhor

“A sustentabilidade dos nossos produtos é um tema essencial, que ganha importância crescente de dia para dia a todos os níveis, e em todas as áreas da empresa”, garante a CEO. Procuram garantir a proximidade e resiliência da cadeia de fornecimento de matérias-primas, bem como a procura, junto dos fornecedores, de soluções mais sustentáveis, reduzindo o uso de materiais de embalagem, ou, a nível logístico, que permitam diminuir a sua pegada. Em breve, contam incorporar nas embalagens o plástico reciclado, otimizar pesos de embalagens e garantir a reciclabilidade dos materiais. A redução do consumo de recursos naturais e a melhoria da eficiência têm sido feitas, igualmente, ao nível da utilização de tecnologias de informação, nas quais se desenvolvem soluções internas e com parceiros externos, com o objetivo de simplificar e otimizar processos e procedimentos.

Destaque ainda para o consumo energético: cerca de 30% da eletricidade consumida na sua atividade é gerada por painéis solares instalados nos telhados da fábrica, escritórios e armazém logístico. “Pretendemos ter cada vez mais energia proveniente de fontes renováveis, e também consumir menos energia, através de processos de produção cada vez mais eficientes, com ganhos ambientais e económicos”, assume a CEO.

Dentro do tema da sustentabilidade, a economia circular tem vindo igualmente a ganhar importância e atenção dentro da empresa, não apenas em termos de produto final, mas também no potenciar da circularidade dos resíduos gerados (alimentares ou de materiais de embalagem). Alexandra de Almeida Mendes Gonçalves exemplifica: “Temos o vinagre Paladin/Vale da Rosa, em que aproveitamos uvas que não cumprem os padrões de qualidade para serem vendidas no mercado de frescos, mas que, no entanto, podem ser utilizadas para produções de vinagres de qualidade, evitando desta forma a geração de desperdícios.”

Há mais exemplos, como os produtos que contenham óleo e que não cumpram todos os parâmetros de qualidade, purgas e desperdícios de linhas de enchimento, e que são enviados para um operador que recupera o óleo para a produção de biodiesel.

“A nível de recuperação de materiais de embalagem, temos recuperação de filme de saquetas resultante do corte das saquetas que é utilizado no fabrico de mobiliário de jardim e de exterior. Temos vários outros projetos, alguns de I&D, cujos objetivos passam principalmente por potenciar a circularidade e atribuir uma nova utilização ou aplicação dos resíduos, desperdícios ou excedentes dos nossos processos.”

Para o futuro, contam continuar a criar riqueza e a promover crescimento, mas de uma forma cada vez mais sustentável, a par da constante necessidade de modernização tecnológica e produtiva. Alexandra de Almeida Mendes Gonçalves refere ainda que o seu plano de sustentabilidade “passa também, por exemplo, por um projeto agroflorestal de vanguarda que, entre outros desígnios, visa aprofundar ainda mais os nossos laços com a comunidade que nos rodeia – Projeto ‘Vila Feliz Cidade’. Além disso há um reinvestimento contínuo (e continuamente reforçado) em soluções industriais inovadoras, maquinaria com maior capacidade e melhor desempenho e software de última geração”.

Factos e números

Ano da fundação: 1982
Localização da sede: Golegã, Portugal
Áreas de produção: 1 unidade de produção, embalamento e logística, Golegã
Quantidade de produção/ano:14 mil toneladas de molhos e condimentos e 18 mil toneladas de vinagres
Volume de negócios em 2020: cerca de 35 milhões de euros
Peso das exportações em % da faturação: cerca de 28%
Presença direta em quantos países: diretamente em termos de produção, apenas Portugal. Noutros dois mercados, pela sua importância estratégica para a empresa, dispomos de agentes exclusivos que fazem parte da estrutura da Mendes Gonçalves
Principais mercados/países de exportação: Espanha, Marrocos, Finlândia, Reino Unido, Rússia, Moçambique, Angola, Arábia Saudita, Israel
Previsão do volume de negócios para 2021: prevemos um crescimento na ordem dos 7%
N.º de empregados: cerca de 300
N.º de empregos criados indiretamente pela ação da empresa: não conseguimos quantificar, mas, sendo uma empresa e um empregador-chave para a Golegã e para toda a região envolvente, sabemos ter uma relevância muito acentuada no panorama da empregabilidade direta e indireta. O que, além de muito nos orgulhar, dá-nos uma responsabilidade imensa para com toda a região.