Natal é sinónimo de momentos em família, gestos de solidariedade, cânticos natalícios, decorações luminosas. Mas é também sinónimo de troca de prendas, azáfama de compras, filas intermináveis e consumo excessivo. Não só se compra mais como se produzem mais resíduos e mais desperdício, sendo necessário um reforço especial das preocupações ambientais nesta época do ano. Os papéis de embrulho, as caixas de brinquedos, as pilhas, as embalagens alimentares vazias e os sacos acabam, muitas vezes, por ficar de fora do destino natural: a reciclagem.
Dica nº1: no ecoponto certo e no tempo certo
Separar todas as embalagens para as colocar nos ecopontos respetivos é essencial. Muitos dos presentes que oferecemos e recebemos também têm cartão e plástico que devem ser reciclados no ecoponto azul e no ecoponto amarelo, respetivamente.Se conseguir, aguarde um ou dois dias para fazer a separação de forma a evitar a acumulação junto dos contentores e que os resíduos se espalhem pelas ruas. Afinal, são resíduos que não deitam cheiro e não ocupam muito espaço. Assim, evita o cenário de contentores a transbordar e de lixo pelo chão mesmo à porta de casa.
Dica nº 2: opte por embrulhos criativos
Antes da separação, verifique se a montanha de papéis de embrulho que acumula é aproveitável. Não se esqueça: os laços e a fita-cola não são recicláveis. Guarde-os e reutilize os sacos, os envelopes e as embalagens que ainda estão em bom estado para embrulhar os presentes do próximo Natal. Em alternativa, embrulhe as prendas em jornais, revistas ou panfletos antigos com um cordão ou uma fita de cetim para dar o laço final e oferecer um embrulho tão criativo como sustentável. Depois de desembrulhar, as folhas de papel podem (e devem) ser recicladas para dar continuidade ao ciclo da economia circular.
Reaproveite as páginas dos jornais e crie os próprios embrulhos. Junte um cartão e desafie as pessoas que vão receber a prenda a reciclarem as folhas no ecoponto. Pode ainda experimentar a técnica japonesa Furoshiki e embrulhar presentes com tecido para dar mais uso a roupas antigas que já não estejam em condições de serem usadas.
Dica nº3: não se esqueça da reciclagem à mesa
Além das embalagens, lembre-se de que há mais resíduos que pode reciclar. Por exemplo, o óleo alimentar (utilizado na fritura dos doces tradicionais de Natal) deve ser depositado num contentor específico. Pesquise onde pode encontrar o mais próximo de si e leve até ao oleão o que sobrou. No entanto, se partiu algum prato ou copo, estes materiais devem ir para o lixo comum. No fim da festa, chega a hora de limpar. Poupar água nas lavagens da loiça e escolher produtos biodegradáveis e menos tóxicos pode fazer toda a diferença no ambiente.
Reduzir, reaproveitar e doar é a nova tradição
Para que esta quadra se torne mais sustentável, evite pratos, talheres e copos descartáveis. Em substituição do papel, use guardanapos de pano. Dê uso ao serviço estimado da avó e sirva a ceia em pratos e copos de vidro ou cerâmica. Evite materiais de uso único. Na cozinha, recicle todas as embalagens usadas depois de preparar as receitas preferidas.
A ceia de Natal também pode ser sinónimo de desperdício alimentar. Mesmo que faça uma lista e compre apenas a quantidade de ingredientes necessária, sobra sempre alguma comida. Com um pouco de criatividade, conseguirá reaproveitar as sobras e fazer novas receitas para saborear nos dias seguintes, como a roupa-velha com bacalhau ou até bolachas de bolo-rei. Não há desculpas para não pôr os dotes culinários à prova! Outra opção é congelar. Se, ainda assim, sobrar uma quantidade significativa que não consegue reaproveitar, confirme se há instituições de solidariedade social junto à sua casa que aceitem alimentos já confecionados.
Na decoração, apesar de esta ser uma quadra luminosa, reduza na quantidade de luzes acesas pela casa, sobretudo nas divisões em que não está ninguém. Confirme ainda que não há janelas abertas onde estão aquecedores ligados ou lareiras acesas.
Ao retirar as decorações de Natal, faça uma triagem para ver quais é que estão em boas condições e quais não estão. Se estiverem boas, guarde-as para utilizar novamente no próximo ano. Contudo, se quiser renovar a decoração, pode também promover uma troca de enfeites entre familiares ou amigos no próximo Natal ou fazer os próprios ornamentos, em origami, por exemplo.
Caso a árvore seja natural, não se esqueça de a transplantar se possível ou de a entregar para ser transformada em biomassa e assim ser totalmente reaproveitada. Mas se a árvore for artificial (maioritariamente composta por plástico), deve apostar na longevidade e manutenção ano após ano. Se for sempre guardada e bem acondicionada na caixa, vai durar mais tempo. Mostre como os pequenos gestos são simples, incentive os amigos e familiares a fazer o mesmo e contribua para um mundo melhor.
Um consumo mais consciente
“Os portugueses estão cada vez mais conscientes da importância de adotarem comportamentos responsáveis face à proteção do ambiente e a relevância da reciclagem”, explica Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde (SPV). Ao longo dos últimos anos, a SPV tem desenvolvido campanhas no Natal para sensibilizar os portugueses para a importância de, também nas épocas festivas, existir uma atenção com a proteção do ambiente.
Este ano, a SPV juntou-se ao Correio da Manhã para uma Edição de Natal do Palco CM, numa sinergia perfeita para fazer chegar a mensagem da reciclagem às pessoas que gostam de boa música. Há concertos a não perder! Todas as quintas-feiras, às 21h, com o anfitrião António Zambujo e quatro convidados muito especiais.
Numa época em que o consumo é rei, é urgente apelar a que seja mais consciente e focado no que realmente importa: pensar nos outros e no futuro, o que é sinónimo de pensar em sustentabilidade.
Seja original e, neste Natal, ofereça experiências como presentes e aproveite para partilhar boas memórias junto dos seus. São pequenas coisas como os momentos saboreados em conjunto que fazem a essência desta época.
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