“Os encontros Pensar Maior mostram uma empresa orientada para o futuro”
Fortalecer relações, desenvolver e partilhar uma visão estratégica para o futuro, são tarefas fundamentais para a Fidelidade. Esta seguradora, com mais de dois milhões de clientes, vai realizar durante este ano a iniciativa “Pensar Maior”, um ciclo de encontros para pensar e projetar o futuro.
Para servir uma sociedade em rápida evolução, a capacidade de antecipar o futuro e entender a mudança são tarefas fundamentais para a seguradora Fidelidade, uma entidade com mais de dois milhões de clientes. Com este objetivo, a Fidelidade organiza regularmente um conjunto de encontros, denominados “Pensar Maior”, para construir e partilhar conhecimento e lançar uma visão estratégica para os próximos anos.
Ao longo de 2025, a seguradora vai organizar eventos temáticos que irão incidir sobre a evolução da atividade seguradora, as mudanças na economia e sociedade, e a transformação das necessidades de pessoas, famílias e empresas. Neste contexto, falámos com Sérgio Carvalho, diretor de Marketing e Clientes da seguradora, a propósito deste ciclo de encontros, que irá culminar com um grande evento de lançamento da estratégia da Fidelidade para os próximos anos, e que terá lugar em outubro, em Lisboa.
Porquê esta preocupação em realizar regularmente um conjunto de encontros dedicados a inspirar e a lançar a visão estratégica da empresa?
O “Pensar Maior” é um evento corporativo que realizamos regularmente desde 2010 e que se tornou um marco do calendário estratégico do Grupo Fidelidade, reunindo colaboradores de todas as empresas do grupo, a rede de distribuição, parceiros de negócio e, também, os acionistas.
O seu propósito é inspirar e partilhar a visão estratégica da Fidelidade para os próximos anos, promovendo um alinhamento claro entre os diferentes públicos envolvidos. É também o momento em que a visão estratégica do grupo é apresentada de forma clara e onde os resultados tangíveis das decisões tomadas são evidenciados. Por isso mesmo, o “Pensar Maior” é uma oportunidade única para alinhar todos os agentes do ecossistema do grupo em torno de uma visão comum e de objetivos macro que moldam o futuro do Grupo Fidelidade.
O ‘Pensar Maior’ reflete a essência do Grupo Fidelidade: uma organização orientada para o futuro, comprometida com o desenvolvimento do talento, e determinada em fortalecer as relações com todos os stakeholders
No entanto, e além de ser um fórum de discussão estratégica, o “Pensar Maior” é também uma celebração, reforçando o sentimento de pertença e união entre os colaboradores, parceiros e acionistas. Para os acionistas, este momento é particularmente relevante, pois permite-lhes interagir diretamente com a cultura organizacional e com as pessoas que tornam possível a realização dos objetivos da Fidelidade.
Mas estes eventos têm também uma dimensão de desenvolvimento e partilha do conhecimento…
Sim, um dos pilares fundamentais do evento é o estímulo ao conhecimento. Durante o “Pensar Maior” são disponibilizados conteúdos que abrangem temáticas estratégicas e operacionais, enriquecendo a visão de todos os participantes. Aliás, esta preocupação não se limita ao momento do evento: ao longo do ano disponibilizamos regularmente conteúdos que visam envolver os colaboradores e parceiros na cultura do grupo. No fundo, o “Pensar Maior” reflete a essência do Grupo Fidelidade: uma organização orientada para o futuro, comprometida com o desenvolvimento do talento, e determinada em fortalecer as relações com todos os stakeholders.
Como é que chegaram a este modelo de ter um ciclo de eventos dedicados a pensar o futuro?
Até 2022, o “Pensar Maior” era um evento único, concentrado num só dia. Mas, com a pandemia, pensámos que tínhamos de mudar a forma como estávamos a responder aos desafios. De um certo modo, reaprendemos a valorizar a vida, a saúde, e novas formas de estar e ser. Eu diria que interiorizámos valores maiores. Crescemos.
Assim, em 2022, quando começámos a preparar o evento “Pensar Maior”, ainda de máscara, sentimos necessidade de pôr um maior foco na relação, na proximidade, na importância de pensar com profundidade os diferentes eixos estratégicos da Fidelidade. Vivíamos um tempo que nos exigia reflexão para podermos seguir em frente e responder a um mundo em plena transformação.
Sérgio Carvalho, diretor de Marketing e Clientes da Fidelidade
Este ano, tal como fizemos em 2022, decidimos alargar ao grande público estes momentos de reflexão sobre o futuro, e voltámos a lançar, em parceria com a Medialivre, a plataforma digital ‘Pensar o Futuro’
Nesse ano, o evento “Pensar Maior” ganhou então uma nova dimensão?
Nesse ano mudámos o conceito do evento. Fizemos aquilo a que chamámos o “Road to Pensar Maior”, com diversos eventos, que combinaram o presencial com o streaming, para “Pensar Maior” as empresas, a saúde, a vida e a poupança, a distribuição e a família. Foram meses de estrada, em que estivemos em diferentes pontos do País para dar vida a encontros que voltaram a unir-nos. Nesse ano, além dos muitos oradores internos, tivemos também convidados que aceitaram este nosso desafio de “Pensar Maior” e que tornaram mais ricos estes momentos. Os resultados desse ciclo demonstraram que saímos dele “maiores” e, por isso mesmo, decidimos manter o modelo, ainda que com alguns ajustes.
Como vão acontecer os encontros “Pensar Maior” de 2025 e quais são os vossos objetivos para este novo ciclo de eventos?
Vamos continuar a fazer o “Road to”, em modelo híbrido, com eventos dedicados aos grandes temas que impactam a nossa atividade. Vamos ter o “Pensar Maior a Distribuição”, já no dia 23 de janeiro. Um evento sobre Longevidade, no dia 27 março, e outro dedicado a pensar o Cliente, a 29 de maio. Depois no dia 18 de outubro, teremos o grande evento, no MEO Arena, em Lisboa, em que vamos reunir cerca de 4000 pessoas.
Este ano, tal como fizemos em 2022, decidimos alargar ao grande público estes momentos de reflexão sobre o futuro, e voltámos a lançar, em parceria com a Medialivre, a plataforma digital “Pensar o Futuro”, na qual os nossos clientes e o público em geral podem acompanhar esta nossa jornada e refletir sobre temáticas como o desafio da longevidade, as alterações climáticas, a Inteligência Artificial, a importância da literacia financeira e da poupança como forma de assegurar o futuro, e, claro, a sustentabilidade do todo: social, ambiental, económica.
Como em 2022, este ano os encontros serão, portanto, dominados por temas e tendências que irão impactar fortemente a atividade seguradora nos próximos anos?
Exato. O primeiro evento será dedicado à Distribuição e aos seus desafios presentes e futuros. Em março, no evento da Longevidade, as temáticas principais serão saúde, poupança e sustentabilidade, e depois, em maio, teremos um evento dedicado à experiência do cliente. Estes temas refletem macrotendências que vão marcar o futuro da atividade seguradora. Desde logo, a tendência para o aumento da longevidade, com uma taxa de natalidade muito baixa e, portanto, uma grande pressão sobre a segurança social.
De acordo com os dados da OCDE, estima-se que em 2075 haja um rácio de 77,6 pensionistas por cada 100 pessoas ativas, e que Portugal seja o 2.º país da OCDE com maior rácio de dependência. Esta projeção implica uma diminuição abrupta no valor das pensões, em cerca de 34%, o que torna evidente a urgência da atividade seguradora atuar ativamente na área da poupança e dos investimentos, não apenas apresentando soluções para o ciclo de vida, considerando a acumulação e desacumulação, mas também atuando proativamente na educação, ou seja, na área da literacia financeira. E aqui há também um caminho vasto a percorrer, considerando que somos dos países na Europa com um nível de literacia financeira mais baixo.
Existe um fenómeno, que é muito significativo em Portugal, que é um ‘protection gap’ que é preciso reverter. Os portugueses estão mal protegidos perante vários riscos
Este aumento da longevidade tem um impacto enorme no sistema de saúde…
Mais concretamente, desde 1960, a esperança média de vida em Portugal aumentou 17 anos (para os 81 anos), mas, destes, só 59 anos são de vida saudável, ou seja, cinco anos abaixo da média da União Europeia. Desta forma, para complementar os serviços prestados pelo serviço nacional de saúde, há cada vez mais portugueses com seguro de saúde, sobretudo porque este se tornou no fringe benefitmais valorizado pelos colaboradores das empresas.
No entanto, sabemos que, mesmo assim, os números não são suficientes para dar resposta, no futuro, a uma população cada vez mais envelhecida e a doenças como as oncológicas e sobretudo as neurodegenerativas que têm maior prevalência em idades mais avançadas. A evolução da genética exige uma medicina de precisão e até personalizada, o que torna o acesso a cuidados de saúde extremamente oneroso. Isto acrescenta pressão no SNS, mas também nos sistemas privados, exigindo respostas concertadas não apenas no momento da doença, mas sobretudo na prevenção e cuidado da saúde, para se tentar minimizar o risco.
Um dos encontros temáticos que irão promover olha para a evolução dos vossos clientes, no fundo, para as mudanças nas necessidades e comportamentos das pessoas.
Estamos muito atentos à evolução natural dos consumidores, fruto da evolução da sociedade. Os padrões e comportamentos de consumo alteraram-se e os dados indicam que hoje exigimos serviços ao minuto e de excelência, personalizados, gostamos de usar o digital para procurar e fazer comparações e escolhas, mas continuamos a valorizar o contacto pessoal na hora da aquisição, sobretudo quando falamos de seguros.
Por outro lado, as preocupações em matéria de comportamentos sustentáveis estão cada vez mais presentes na vida dos consumidores e este é um aspeto que também irá condicionar, não apenas a nossa atuação, vou chamar-lhe, corporativa, mas também ao nível da oferta, serviço e até atendimento. Por último, como desafio comum a todos, temos a inteligência artificial e o acesso massificado a esta, que está a trazer vantagens, mas certamente irá exigir transformações profundas em todas as áreas, impondo-se também uma regulamentação ética do uso da mesma.
Para já, no dia 23 de janeiro vai ter lugar, no Porto, o primeiro evento deste ciclo, dedicado à distribuição. O que pode antecipar sobre o programa deste encontro e que temas irão dominar este primeiro evento “Pensar Maior”?
A atividade seguradora está a lidar, ela própria, com alterações distintas e a exigir uma transformação do setor, sobretudo ao nível da distribuição. E é sobre isto que vamos falar no “Pensar Maior a Distribuição”, que promete ser desafiador e, atrevo-me a dizer, pretende até criar algum desconforto, para fazer efetivamente refletir e reagir.
Desde logo, assistimos já nos últimos anos a uma concentração de negócio, fruto da aquisição de muitas carteiras dos mediadores por parte dos brokers e até por fundos de investimento, com estes interessados também em sociedades de corretagem, que veem nestes negócios a possibilidade de elevada rentabilidade. Depois, não menos importante, é a entrada, já com bastante expressão, de novos players que estão a desafiar seguradoras e banca na distribuição de seguros. Estamos a falar de intermediários de crédito, insurtech, suppliers de soluções diretas – fringe benefits, para colaboradores das empresas – e empresas de retalho e telecomunicações.
Neste contexto, iremos obviamente projetar o modelo de distribuição do futuro e as oportunidades para cada um dos canais de distribuição: mediação, corretores, contact center, digital, parcerias e affinities. Estes últimos fazem parte da resposta aos atuais desafios e são um modelo de negócio de futuro, que não passa apenas pela venda de seguros, mas sim de soluções abrangentes que permitam a venda em contexto, facilitem a angariação de novos clientes e também o acesso a dados e a novas tecnologias, essenciais para responder, de forma personalizada, embora em muitos casos com técnicas de automation e IA, a clientes cada vez mais exigentes.
E como os clientes revelam um comportamento cada vez mais híbrido, iniciando a procura e fazendo simulação nos canais digitais, mas continuando a procurar os canais presenciais para efetivar a compra, continuaremos o nosso caminho de partilha de sinergias entre todos os distribuidores, com a certeza de que a proximidade, a relação e o valor humano continuarão a estar presentes, marcando a nossa distinção.
Este ano existe também uma grande preocupação com a sustentabilidade. Como é que essa prioridade se está a manifestar na vossa atividade?
A sustentabilidade é eixo central e estratégico na atuação da Fidelidade. Os nossos compromissos em matéria de ESG são hoje claros e públicos, mas sabemos que, além destas metas, é essencial uma ação concertada a nível de toda a organização, incluindo distribuição e parceiros de negócios, que permita investir numa gestão de riscos mais abrangente, numa visão 360º, e na consciencialização do papel de todos, quer na preservação do ambiente, quer na proteção individual de famílias, empresas e sociedade, porque isso implica a sustentabilidade futura de todos.
Nos eventos “Pensar Maior”, a componente de sustentabilidade será intrínseca ao longo dos vários eventos, considerando a componente da produção do evento. A par disto, há a componente dos conteúdos, essenciais para elevar o conhecimento e aumentar a literacia em matéria de sustentabilidade, sendo este um tema presente e em discussão em todos os eventos, com maior destaque no da Longevidade. Queremos posicionar a Fidelidade como um player relevante nas questões relacionadas com o clima e sensibilizar a sociedade e os decisores sobre os riscos, a sua materialidade e as consequências das alterações climáticas.
Na verdade, existe um fenómeno, que é muito significativo em Portugal, que é um “protection gap” que é preciso reverter. Os portugueses estão mal protegidos perante vários riscos: climáticos, poupança, saúde, casa, automóvel, e até, empregada doméstica. E se considerarmos as empresas, o panorama não é melhor. Portanto, há aqui um dever de atuação que nos é imposto, não só na vertente da sustentabilidade ambiental, mas em termos de sustentabilidade económica e social.