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Portugal tem de acelerar na adesão à cloud

Nuno Saramago, Diretor Geral da SAP Portugal, fez um balanço "de grande impacto na economia" destes 30 anos de SAP

Portugal tem de acelerar na adesão à cloud

A SAP juntou líderes empresariais em evento para celebrar 30 anos em Portugal. As intervenções sublinharam a necessidade de maior aposta do país na inovação e da oportunidade que representa a inteligência artificial nos negócios.


Publicado em 7 de Novembro de 2023 às 09:07

A SAP assinalou recentemente o 30º aniversário da sua presença em Portugal, juntando os executivos de topo de empresas e instituições que são alguns dos seus maiores clientes e parceiros no nosso país. Sendo um dos líderes no mercado de software de aplicações empresariais, a empresa organizou um evento em que se olhou sobretudo para o futuro e para a forma como a inovação tecnológica pode ajudar as empresas nacionais.

Neste contexto, a SAP posiciona-se com propostas de inovação e com as credenciais ganhas em 30 anos a apoiar a modernização, transformação e internacionalização de mais de 5600 organizações, que incluem 93 das 100 maiores empresas nacionais. Isto mesmo ficou patente nos depoimentos em vídeo, feitos por clientes e parceiros, e que marcaram o início do evento. Da transição energética da Galp ao crescimento da JAP, do suporte ao negócio da Corticeira Amorim em todo o mundo, à modernização da produção da Labialfarma, vários foram os testemunhos apresentados.

Crescer com o país

De facto, nas últimas décadas, marcadas pela modernização tecnológica do país e do seu tecido produtivo, a SAP tem uma das histórias mais consistentes de sucesso. Uma jornada de crescimento não só por via da evolução constante das suas soluções, mas também pela capacidade de desenvolver um ecossistema à volta da marca e de criar valor nas empresas portuguesas.

Se tudo começou com a conquista do primeiro cliente – a Petrogal – em 1991, e a abertura do escritório em Portugal em 1993, com António Mercês e José Duarte, desde então a empresa tem seguido uma rota de crescimento e criação de valor que levou ao estabelecimento em Portugal de um centro internacional de serviços em 2012, e de um centro de desenvolvimento tecnológico e inovação em 2021.


A nossa agilidade e flexibilidade são fundamentais para manter a relevância e continuar a apoiar os nossos clientes face a disrupções que ameaçam as suas posições no mercado.

Nuno Saramago, Diretor Geral da SAP Portugal

Momento atual

O que nos leva até ao momento atual, em que a SAP Portugal reúne já uma equipa de 680 pessoas, representa um volume de negócios de 150 milhões de euros, e disponibiliza soluções específicas para 26 setores da economia. Uma empresa que é o centro de um ecossistema de 55 empresas parceiras e 3 mil consultores, dos quais 1200 já certificados para apoiar soluções na cloud. Um universo a que podemos acrescentar as equipas e colaboradores que, nos clientes da SAP, apoiam e também fazem evoluir estas soluções. “Mas o mais interessante é, ao fim de três décadas, podermos fazer um balanço de grande impacto na economia, de criação de valor, de crescimento sustentável, de contributo positivo para a vida das pessoas, para o negócio das empresas e para a economia nacional”, referiu Nuno Saramago, Diretor Geral da SAP Portugal, na abertura do evento.

Tecnologias da cloud

Mas não se falou apenas do passado neste evento. No palco, a Nuno Saramago juntou-se Carlos Lacerda, atual líder das operações de Customer Success das unidades de mercado da SAP na região do sul da Europa, para um olhar sobre o momento atual do mercado e os desafios que as empresas enfrentam. Uma conjuntura de grande complexidade, como sublinhou Nuno Saramago, mas na qual, graças às muitas soluções para processamento na cloud,“a SAP consegue agora entregar as suas inovações diretamente na cloud, com muito mais rapidez, sem a necessidade dos projetos de longa duração que se faziam anteriormente”.

“A nossa crescente agilidade e flexibilidade são fundamentais para manter a relevância e continuar a apoiar os nossos clientes face às disrupções que ameaçam as suas posições no mercado. No fundo, é uma nova forma de mantermos a nossa posição de parceiros de confiança das melhores empresas”, destacou.

Portugal tem de acelerar na adesão à cloud | 30 anos a crescermos juntos
Carlos Lacerda, Vice-Presidente e General Manager, SAP Southern Europe, realçou a adoção lenta da cloud em Portugal

Transição lenta em Portugal

No entanto, Carlos Lacerda lançou um alerta aos dirigentes empresariais presentes. A sua experiência internacional permite-lhe observar uma adoção não tão acelerada da cloud em Portugal, em comparação com os outros países europeus, nomeadamente a sul. “E, na verdade, possuímos todas as condições para uma rápida adoção deste modelo tecnológico” Temos a infraestrutura, temos as pessoas e as competências em Portugal e as soluções estão localizadas, operacionais em todos os tipos de cloud”, frisou Carlos Lacerda.

Acresce que “a SAP tem uma considerável experiência de transições bem sucedidas para a cloud, feitas em função de business cases favoráveis, normalmente baseados na otimização de custos operacionais”. São transições para novas arquiteturas “que rapidamente revelam o seu potencial para induzir inovação e incentivar evoluções muito rápidas dos negócios”.

O líder das operações de Customer Success para as unidades de mercado da SAP na região do sul da Europa lembrou ainda a agilização dos processos a partir da adoção da cloud. “Na atualização para novas versões acabam os projetos de meses. Enquanto as customizações e desenvolvimentos específicos são feitos sem disrupções”. Na base deste apelo está um diagnóstico de que sem o processamento na cloud, as empresas irão incorrer inevitavelmente em custos operacionais mais elevados e em menor capacidade de inovação, o que, tendencialmente, leva à perda de competitividade no mercado europeu.


A SAP tem uma considerável experiência de transições para a cloud bem sucedidas, feitas em função de business cases favoráveis.

Carlos Lacerda, Vice-Presidente e General Manager, SAP Southern Europe

Necessidade de Adoção

Carlos Lacerda alertou ainda que, com o aproximar do fim das manutenções das versões antigas, em 2025 e 2027, é previsível que transições mais tardias sofram com a falta de recursos, muitos deles já comprometidos com projetos internacionais neste mercado globalizado. Finalmente, e observando outros mercados que conhece bem, este responsável nota que, em Espanha, a adoção destes novos modelos tecnológicos faz-se de forma mais célere. E mesmo mercados com piores infraestruturas, como a Turquia, e situações geopolíticas complicadas, como Israel, estão a ser mais rápidos do que Portugal.

A oportunidade da IA

Mas neste evento não se falou apenas de ameaças mas também de oportunidades, como a que representa a emergência da inteligência artificial generativa. “A SAP conta com mais de 400 mil clientes. em inúmeras indústrias, o que nos dá um conhecimento importante sobre os processos em cada indústria”, afirma Nuno Saramago. “Esta realidade, junto com a experiência e inovação que a empresa consegue entregar com cada vez maior rapidez, significa que podemos aplicar a inteligência artificial em cada negócio e fazer com que seja relevante dentro do contexto de cada atividade e de cada empresa. Seremos capazes de aplicar a inteligência artificial de negócio, com base em princípios de relevância, fiabilidade e responsabilidade, nos processos que gerimos e suportamos há muitos anos nas várias indústrias”, sublinhou o Diretor Geral da SAP Portugal.

Inovação como modo de vida

Rui Coutinho, Diretor Executivo do Ecossistema de Inovação da Nova SBE, defendeu, na sua intervenção, que a inovação se deve tornar num “modo de vida” das organizações. As empresas terão de reconhecer que as disrupções vão continuar, nomeadamente por via da digitalização, e encarar a inovação como forma de proteger a empresa do futuro é um raciocínio ultrapassado, frisou.

Rui Coutinho lembrou ainda que os dados e os estudos mais recentes apontam para a necessidade de um estado de inovação permanente, que tenha em consideração, não apenas as ameaças, mas também as oportunidades que se podem antecipar. Ou seja, um estádio da organização em que o negócio, a estratégia e a inovação estabelecem um ciclo virtuoso que favorece não só a sobrevivência como o sucesso da empresa.

Finalmente, e para aplauso geral, Nuno Saramago chamou ao palco Tomás Appleton, o capitão da seleção nacional de Rugby, um exemplo nacional recente de persistência, resiliência e superação. Numa conversa informal com o diretor geral da SAP, o capitão português falou um pouco sobre a sua experiência pessoal e carreira desportiva. O atleta referiu a importância da tecnologia e dos dados que esta disponibiliza para melhoria da performance, mas sobretudo abordou a importância da liderança pelo exemplo e, ainda, o sentido de vocação e missão que, muitas das vezes, conduz à resiliência e à excelência. A tarde não terminou sem que os presentes brindassem a estes 30 anos da SAP a transformar Portugal.