Este site usa cookies para melhorar a navegação. Ao navegar no website concorda com o seu uso. Para saber mais leia a nossa Política de Cookies.
Mais de 50 empresas e organizações já foram distinguidas com o Prémio Nacional de Sustentabilidade. Conheça os projetos vencedores em 2024.
A caminho do seu quinto ano, o Prémio Nacional de Sustentabilidade abrange dez subcategorias distribuídas pelos três pilares, Ambiente, Social e Governação. Integrado na iniciativa Negócios Sustentabilidade 20|30, que é completada com quatro conferências anuais e entrevistas que podem ser ouvidas em podcast em Conversas com CEO, o Prémio Nacional de Sustentabilidade pretende mostrar o que se está a fazer neste domínio em Portugal. Cada um dos dez grupos do prémio conta com um júri especializado na área e os vencedores recebem o seu galardão na Grande Conferência Anual de Sustentabilidade, na Primavera. Nos seus quatro anos de vida já premiou 51 empesas, entidades ou organizações. Eis os projetos vencedores em 2024.
A Infraestruturas de Portugal (IP) venceu o prémio Descarbonização para grandes organizações e a PRF – Gás, Tecnologia e Construção foi a vencedora na categoria de PME.
O projeto da IP, Programa de Eletrificação da Rede Ferroviária Nacional (RFN), visa reduzir as emissões de dióxido de carbono associadas ao transporte ferroviário, melhorar o desempenho dos serviços, atrair mais passageiros e carga para a ferrovia e promover a sustentabilidade ambiental. O processo de eletrificação permitirá aos operadores ferroviários substituir os comboios a diesel por elétricos, reduzindo significativamente as emissões de CO2 . Adicionalmente, os sistemas de frenagem regenerativa de energia serão potenciados, permitindo a recuperação e reintrodução de até 10% da energia consumida pelos comboios.
A PRF – Gás, Tecnologia e Construção vence na categoria de PME com o projeto MIXEO, Unidade de Mistura e Injeção de Hidrogénio, uma solução avançada para a mistura e injeção de Hidrogénio. A MIXEO não se limita às redes de gás natural, mas também abrange redes industriais que utilizam gás de petróleo liquefeito (GPL). Destaca-se como um sistema autónomo, adaptável às necessidades únicas de cada cliente, com um rácio de H2 escalável de 1% a 100%.
Na categoria Economia Circular a Corticeira Amorim foi a vencedora no grupo das grandes organizações e a Inokem no segmento das PME.
O projeto Cork Infills, desenvolvido pela Amorim Sports, uma empresa da Amorim Cork Composites, foi o que deu a vitória à Corticeira Amorim. Este projeto representa uma abordagem inovadora e sustentável na criação de ‘infills’ para recintos desportivos, aproveitando subprodutos da indústria das rolhas. Assim substitui o produto tradicional que é habitualmente composto por borracha de pneus reciclados, oferecendo uma alternativa mais sustentável.
A Inokem foi premiada pelo seu projeto Inokem Biotech Shop com a criação de detergentes 100% biodegradáveis, eco e pet-friendly, formulados com base em ingredientes naturais e com uma ultra concentração. Esta característica permite reduzir o uso de plástico nas embalagens até 90%, já que os consumidores podem reabastecê-las nos pontos de venda autorizados, incentivando a redução de resíduos e promovendo um consumo mais sustentável.
Na sub-categoria Mobilidade Sustentável a grande empresa vencedora foi a Cascais Próxima e a PME coube à TML – Transportes Metropolitanos de Lisboa.
O projeto MobiCascais, que deu a vitória à Cascais Próxima, promove a descarbonização da frota de autocarros locais, contribuindo para a redução das emissões de carbono, alinhando-se com os objetivos europeus e nacionais de alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Em 2021, a empresa municipal adquiriu os primeiros veículos da sua frota de transporte público movidos a hidrogénio verde, tendo ampliado a operação com mais dois autocarros em maio de 2023, de um total previsto de dez veículos. A Cascais Próxima tornou-se, assim, o primeiro operador de transporte público em Portugal a utilizar este tipo de viaturas na sua operação diária.
A TML venceu no segmento PME com o projeto Navegante. Antes da introdução do Navegante, os transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa (AML) eram fragmentados, com 18 operadores e 7746 tipos de passes. Nenhum título abrangia mais de 30% do território e apenas 70% da população tinha acesso a um passe intermodal. Além disso, a repartição modal refletia um domínio do automóvel, responsável por 60% das deslocações, enquanto apenas 16% utilizavam transporte público. Desde a introdução do Navegante, em 2019, o sistema foi simplificado com a criação de um passe metropolitano e um passe municipal, reduzindo o número de tarifas em 90%. Esta reformulação promoveu a equidade e facilitou o acesso ao transporte público para todos os residentes, contribuindo para a mobilidade sustentável na região.
A Águas do Norte venceu a categoria Preservação do Capital Natural para as grandes empresas. E o BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável recebeu o prémio para Organizações Não Governamentais.
GREENValue – Valorização da Geração de Recursos em Espaço Natural foi o projecto vencedor das Águas do Norte. O objetivo desta iniciativa é restaurar ecossistemas semiáridos e sub-húmidos secos, contribuindo para o combate à desertificação. Procura redefinir os padrões de conservação ambiental e gestão de recursos naturais, utilizando métodos baseados na economia circular e na valorização de subprodutos, como as lamas provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), que são reaproveitadas para enriquecer os solos.
O projeto Act4Nature Portugal deu a vitória ao BCSD destacando-se por mobilizar as empresas para aproteção e promoção da biodiversidade, bem como para a restauração de ecossistemas. Cientificamente fundamentado, visa responder às necessidades da gestão do capital natural, promovendo simultaneamente a qualidade de vida das comunidades e a sustentabilidade das economias locais. Está aberto a todas as empresas que, ao aderirem, subscrevem 10 compromissos comuns, com o objetivo de integrar a biodiversidade na sua estratégia e ao longo da cadeia de valor. Estas empresas são também incentivadas a promover o diálogo com stakeholders, avaliar o impacto das suas ações e criar parcerias para amplificar os resultados.
O grupo Casais venceu a categoria de Bem-Estar e Cidades Sustentáveis no grupo das grandes organizações. E a QFD – Quinta da Fonte foi a premiada nas PME.
The First é o projeto de construção híbrida, combinando madeira e betão, que deu a vitória à Casais. Composto por dois edifícios, uma unidade hoteleira e outra com 44 apartamentos e 95 quartos destinados à população estudantil de Guimarães, inclui ainda um espaço de coworking. Os edifícios integram várias soluções off-site, com módulos pré-fabricados que atendem a preocupações de sustentabilidade ambiental, saúde ocupacional dos utilizadores e durabilidade do próprio edifício. Quando comparada com a construção tradicional, esta abordagem reduz os impactos ambientais, otimiza o ciclo de vida dos edifícios e aumenta a produtividade, características essenciais para o desenvolvimento sustentável das cidades e das comunidades.
A Quinta da Fonte é a vencedora no grupo das PME com o projeto Certificação Ambiental. A iniciativa incluiu a instalação de 2600 painéis fotovoltaicos, que resultaram na redução de cerca de 800 toneladas de emissões de carbono por ano, e a criação de postos de carregamento para veículos elétricos de acesso público. Paralelamente, foi construída uma infraestrutura que permite aos inquilinos instalarem carregadores próprios, totalizando mais de 150 carregadores elétricos no parque empresarial. O parque empresarial de Oeiras renovou ainda 20 espaços verdes destacando-se aqui a poupança de água para rega, a reciclagem de águas subterrâneas, a plantação de espécies locais e a promoção da biodiversidade, com a criação de habitats para insetos e aves.
A MEO venceu a categoria de Igualdade, Diversidade e Equidade na categoria das grandes empresas e a Joyeux Portugal ganha o troféu no grupo das PME.
“Partilha Casa” foi a iniciativa, de carácter nacional, que deu a vitória à MEO. Com uma duração prevista de cerca de três anos, tem como objetivo promover programas que incentivam a partilha de alojamento entre seniores e jovens estudantes universitários, sem fins comerciais. O conceito centra-se em unir jovens universitários que procuram alojamento com seniores que vivem sozinhos e valorizam a companhia. A atuação da MEO neste projeto passa pelo estabelecimento e acompanhamento de parcerias e a criação de um site nacional agregador (partilhacasa.pt).
“Um café como nenhum outro” é a iniciativa que deu a vitória à Joyeux Portugal. O Café Joyeux emprega e forma jovens com Dificuldades Intelectuais e do Desenvolvimento (DID), como Trissomia 21 e Autismo. Com o objetivo de serem totalmente sustentáveis através dos seus próprios lucros, os quatro espaços localizados em Lisboa e Cascais já empregam 30 pessoas.
A EMAC – Empresa Municipal de Ambiente de Cascais venceu a categoria Saúde e Bem-Estar nas Organizações e nas PME a vitória foi para a Savills.
O projeto Equilíbrio Entre Vida Pessoal e Profissional e a Saúde Ocupacional foi o que deu o troféu à EMAC. Com o objetivo de aumentar felicidade da sua equipa através de um ambiente de trabalho positivo e estimulante, a Cascais Ambiente está a implementar um conjunto de iniciativas que integram a formação, a saúde, a proximidade do colaborador, a motivação, a inclusão e a equidade. Algumas das ações levadas a cabo pela EMAC passam pela formação comportamental, com ênfase em qualidade de serviço, comunicação e gestão de conflitos, sensibilização em saúde e bem-estar, cultura de segurança ativa e teambuilding. Já no campo da saúde incluem consultas de psicologia, nutrição, osteopatia, exames médicos, acordos com farmácias para entrega de medicamentos e a promoção de refeições equilibradas no refeitório.
A Savills recebeu o prémio com o seu projeto Empowering Lab, que tem como objetivo reduzir os níveis de stress, aumentar a produtividade, prevenir fenómenos como ‘quiet quitting’ e ‘presentismo’ e ainda alavancar o Employee Value Proposition: Be Extraordinary Together da empresa. A atenção à saúde física, psicológica e emocional é um dos fatores de diferenciação desta empresa fundada há mais de 160 anos no Reino Unido e que promove relações de trabalho baseadas em liberdade, autonomia e responsabilidade. A gestão de recursos humanos dá prioridade ao desenvolvimento pessoal e profissional, a mobilidade interna e a flexibilidade de horários.
Na sub-categoria Comunicação de Sustentabilidade do pilar de Governação o prémio de grandes empresas foi para a EDP e o das PME para a Sociedade Ponto Verde.
Página Descarbonizada COP28 foi o projeto que deu a vitória à EDP. Foi criada e concretizada uma página, no seu site, com informações sobre o ambiente e alguns dos projetos desenvolvidos nesta área. Mas a particularidade da página é que foi concebida para ter o melhor desempenho energético possível. Para alcançar este objetivo, deu-se prioridade a imagens desenhadas em bitmap – em vez de fotografias -, foi reduzida a utilização de vídeos, limitada a variedade de cores e minimizada a necessidade de cliques ou interações por parte do utilizador. Com estas medidas, a página conseguiu reduzir as emissões de CO 2 em 45% em comparação com as restantes páginas do site www.edp.pt.
A Sociedade Ponto Verde recebeu o troféu de Comunicação de Sustentabilidade para PME com a Academia Ponto Verde. Esta iniciativa percorre escolas de todo o país, sensibilizando a comunidade escolar para a importância da sustentabilidade. Desde 2019, o projeto já transmitiu a sua mensagem a mais de 150 mil crianças e jovens, utilizando métodos interativos como jogos, quizzes, desafios e concursos. Estas abordagens tornam o processo educativo mais dinâmico e envolvente, incentivando a aprendizagem sobre reciclagem de forma divertida.
A Caixa Geral de Depósitos recebeu o prémio de Finanças Sustentáveis no pilar de Governação. E o júri decidiu não atribuir um troféu no segmento de PME.
O modelo de Rating ESG deu à CGD o troféu de Finanças Sustentáveis. Este modelo foi integrado nas suas plataformas informáticas, incluindo a de atribuição de rating e de análise e concessão de crédito, sendo direcionado para clientes corporativos, nomeadamente dos segmentos de Grandes Empresas, PME, Pequenos Negócios e Project Finance. Desenvolvido internamente pelo banco, o sistema tem como objetivo complementar as informações financeiras tradicionais, integrando aspetos não financeiros considerados cruciais para a avaliação do risco e da viabilidade dos negócios. Fornece uma visão prospetiva da situação económica e financeira das empresas, abordando as três dimensões ESG através de 15 indicadores. Estes critérios abrangem desde o risco climático até às práticas de sustentabilidade e políticas de governação. O principal objetivo deste modelo é assegurar uma gestão de risco mais completa e robusta, permitindo antecipar ameaças não financeiras que possam ter impacto nas empresas a médio prazo.
O Turismo de Portugal venceu o prémio Transformação Digital Sustentável para grandes entidades e a Sociedade Ponto Verde recebeu o galardão no grupo de PME.
O projeto FOREST – Ferramenta Organizacional de Reporte da Sustentabilidade no Turismo, que deu o prémio ao Turismo de Portugal, é uma ferramenta tecnológica de analytics e reporting que permite uma gestão de dados ESG de ponta a ponta. Integra funcionalidades que possibilitam a agregação, organização, análise, monitorização e reporte regular das práticas ambientais, sociais e de governação das empresas aderentes ao Programa Empresas Turismo 360º.
A aplicação Acerta & Recicla, que deu o troféu à Sociedade Ponto Verde, pretende educar, motivar e recompensar os cidadãos portugueses por reciclarem de forma mais eficiente. Utilizando estratégias de gamificação, a aplicação transformou o ato de reciclar numa experiência interativa e divertida. Através de jogos, quizzes e desafios diários, os utilizadores são incentivados a acumular pontos e a aprofundar os seus conhecimentos sobre reciclagem de embalagens.