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“Esta bolsa transforma vidas e transformou a minha vida”

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“Esta bolsa transforma vidas e transformou a minha vida”

Publicado em 25 de Janeiro de 2023 às 09:28

Campeã do lançamento do disco e a terminar o mestrado em Medicina na Universidade de Coimbra, Irina Rodrigues é a prova de que não há impossíveis. A Bolsa Santander foi a força que a motivou a seguir em frente nas duas carreiras. E a cumprir os seus sonhos.


Natural de Leiria, a jovem atleta olímpica Irina Rodrigues conta com uma carreira desportiva cheia de conquistas e de medalhas. Com uma garra que vem desde criança, está também a terminar o mestrado integrado de Medicina na Universidade de Coimbra. A Bolsa Santander teve um grande papel neste duplo sucesso.

O desporto mudou a minha vida

“Sempre quis ser atleta profissional, sempre quis ir aos Jogos Olímpicos. Vivi o meu sonho”, diz Irina Rodrigues com muita convicção. Num caminho muito especial, o desporto entrou na sua vida para combater um problema de saúde. Nadadora ao longo de vários anos, chegando ao 4º lugar num campeonato nacional, uma lesão viria a interromper a carreira. Recomendaram-lhe o atletismo e, quando se apresentou na Juventude Vidigalense pronta para correr ou saltar, não podia imaginar que o seu futuro iria passar pelo lançamento do disco.

A verdade é que, em três meses, venceu o recorde nacional de infantis e não mais parou de progredir. Se tinha dúvidas em relação ao seu talento, a certeza chegou quando ganhou a primeira Medalha de Ouro internacional no Festival Olímpico da Juventude Europeia de 2007. Estava descoberta uma campeã.

O desporto mudou a sua vida. Levou-a a vários países, moldou a sua forma de estar e ajudou a pagar as propinas para que pudesse estudar e investir numa profissão depois da carreira.

Medicina e desporto, um full circle

“Sou uma pessoa ligada ao corpo humano”, afirma a atleta, desde sempre fascinada pelo desenvolvimento da sua capacidade física e pela recuperação do seu corpo, parte indispensável do atletismo profissional.

A interligação entre a carreira desportiva e a Medicina acabou por ser óbvia: “Um problema de saúde levou-me ao desporto e o desporto permitiu focar-me mais na saúde, acabando por fazer uma espécie de full circle.” O facto de ter passado por muitos períodos de dor – como aconteceu durante a lesão nos segundos Jogos Olímpicos – e a consciência da efemeridade da carreira desportiva, fizeram-na planear o futuro pós-carreira e Medicina foi o seu curso de eleição. Também a Medicina Desportiva, imprescindível em todas as modalidades de alta competição, veio reforçar a relação entre estas duas paixões.

Disciplina, uma das chaves para o sucesso

Conciliar uma licenciatura e a alta competição requer talento e muita dedicação, sobretudo para alguém que exige a si própria excelência nas duas matérias. A atleta confidencia que, ainda na escola, a mãe só a deixava ir aos treinos se tivesse boas notas, e o resultado está à vista: além de atleta olímpica, entrou no curso de Medicina com notas elevadas.

O sucesso não tem segredo. Passa por ter uma agenda organizada, competência que aprendeu a dominar desde cedo. Com os dias pautados pela disciplina, concilia o estágio, os treinos, o estudo, as refeições, o descanso e a vida pessoal. Assume que não é fácil, mas para Irina não há impossíveis.

Além da organização, o desporto incutiu-lhe valores como a capacidade de cooperação, o fair play e a importância de trabalhar para alcançar os sonhos.

Um exemplo a seguir

Irina faz parte dos dez estudantes atletas aos quais foi atribuída a Bolsa Santander UC. Segundo António Figueiredo, “a capacidade de lidar com o efeito combinatório da carreira dual é algo que esta universidade sempre valorizou, olhando para estes estudantes como um grande potencial de modelação dos outros alunos. Se conseguem ter proveito académico com a dimensão desportiva que têm, naturalmente os outros devem olhar para eles como um estímulo e um exemplo.”

Para Irina, todos podemos ser um exemplo, basta definir objetivos e lutar por eles. O seu percurso fala por si: “É possível. Se eu consegui fazê-lo, porque é que tu não o hás de conseguir?” É uma frase inspiradora que pode (mesmo) transformar vidas.

Bolsas que fazem a diferença

“Sim, esta bolsa transforma vidas e transformou a minha vida. Porquê? Porque garanti que vou conseguir terminar o meu curso.” Foi através do Gabinete de Desporto da UC que Irina teve conhecimento e se candidatou à Bolsa Santander. Além da importância em termos económicos, tem um alto valor motivacional: “O facto de ter alguém na minha universidade que acredita e apoia o alto rendimento faz-me crer que, para além de ser uma melhor atleta, posso ser uma melhor estudante.”

 “A Bolsa Estudante Atleta Santander UC protege esta bivalência, porque não se é elegível para a bolsa se não se tiver rendimento académico, e não se é elegível para a bolsa se não se tiver rendimento desportivo”, sublinha o vice-reitor da UC.

Para mais, sendo o desporto de alta competição uma carreira efémera, é um excelente incentivo para todos os atletas que querem manter uma ligação ao desporto e, ao mesmo tempo, investir no seu futuro.

O futuro promete

Na hora de olhar para o futuro, Irina tem os objetivos bem traçados: terminar o curso este ano e começar a trabalhar como médica no próximo, participar nos Campeonatos do Mundo que se irão realizar em 2023, nas Taças da Europa de lançamento – e continuar a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, onde se apresentará como atleta e como médica.

Como o disco que lança com o vigor de uma atleta olímpica, Irina já está projetada para as próximas metas, quando a carreira desportiva chegar ao fim: “Vejo-me num Centro de Saúde a ajudar pessoas, vejo-me a acompanhar equipas e atletas.”