A Noite Branca de Braga, que se realiza de 5 a 7 de setembro, vai ser um dos pontos altos da programação da Capital Portuguesa da Cultura. Como explica Porfírio Correia, diretor do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Braga, a iniciativa nasceu na cidade minhota “inspirada em eventos semelhantes de outras cidades europeias com o objetivo de celebrar a arte e a cultura numa experiência aberta a todos”.
Mas em Braga o conceito ganhou uma dimensão única: “Ao longo dos anos, o evento cresceu em dimensão e diversidade, passando a oferecer 48 horas de programação contínua que afirmam a vitalidade, juventude e energia de Braga. Hoje, é um dos maiores festivais culturais do país, reunindo mais de 170 atividades, entre música, artes performativas, exposições e experiências imersivas, e reforçando o papel da cidade como um grande centro de criação artística e partilha cultural”.
Capital da Cultura em festa
A edição de 2025 é especial. Sob o mote “Cidade aberta à criação, ao encontro e à participação”, a Noite Branca assume-se como um dos pontos altos de Braga Capital Portuguesa da Cultura. “O evento reflete os eixos estratégicos do ano — participação ativa, reinterpretação do património e internacionalização da criação artística — reunindo artistas e estruturas locais, nacionais e internacionais”, assinala o diretor do Departamento de Cultura e Turismo da autarquia.
Projetos como Forma da Vizinhança, Clube Raiz e a valorização da Braga Media Arts (Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts) “reforçam o posicionamento da cidade como território criativo, sustentável e aberto ao mundo”.
A Noite Branca é mais do que um evento: é uma celebração coletiva que transforma toda a cidade num palco. Venham vestidos de branco, tragam curiosidade e preparem-se para três dias e noites de pura magia
Arte em cada esquina
Ao longo das ruas, praças e jardins de Braga, o público vai cruzar-se com teatro de rua, circo contemporâneo, dança, instalações artísticas e música itinerante. A companhia francesa Cie.Remue Ménage apresentará Légendaires, “uma performance de rua deslumbrante que irá transformar o centro histórico num cenário de fantasia, com luz, cor e figuras imponentes”, enquanto o coletivo bracarense Moradavaga estreia Lumy, uma instalação interativa “que convida à participação e à descoberta”.
Na Praça Municipal, “a Noite Branca abre as portas a um espaço totalmente pensado para famílias e crianças”, onde a criatividade e a imaginação são as grandes protagonistas. Destaque para duas estruturas gigantes e interativas da companhia catalã Cia Itinerània: El Laberint e Titeretú “que convidam miúdos e graúdos a explorar, brincar e deixar-se surpreender”.
O espaço conta ainda com um carrossel ecológico movido pela energia das próprias crianças, “uma forma divertida e sustentável de viver a festa”.
“Ao longo dos dias, a Praça Municipal transforma-se num ponto de encontro para famílias, combinando arte, brincadeira e aprendizagem num ambiente seguro, inclusivo e inspirador, um verdadeiro espaço lúdico no coração da cidade”, destaca Porfírio Correia.

A força da música e da comunidade
Um dos momentos mais aguardados será o concerto de Capicua com o coro comunitário de mulheres Braga Fora, no dia 7 de setembro, às 19h00, no Palco Pópulo. “Será um encontro de enorme significado, em que cerca de 80 vozes femininas se juntam para para interpretar alguns temas e estrear uma canção inédita composta especialmente para o grupo”, explica o diretor do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara de Braga.
“O encontro entre a força do coletivo e a emoção das vozes promete dar ainda mais poder e alcance às palavras, honrando a tradição ancestral de transformar a luta em música. O Braga Fora, que cruza o cancioneiro tradicional com a canção de protesto, encontra aqui uma parceria de significado profundo e impacto artístico”, nota Porfírio Correia.
Além de Capicua, os palcos Avenida e Pópulo recebem nomes sonantes da música portuguesa e lusófona, como The Gift, Rui Veloso, Calema, Marco Rodrigues, Richie Campbell ou Plutónio. O Palco Jazz, nos jardins do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, será o refúgio intimista da festa, com destaque para o projeto local Fourward.
A autarquia investiu cerca de meio milhão de euros na edição deste ano, enquadrado no orçamento de Braga Capital da Cultura, referiu o responsável- Para receber o público, haverá reforço dos transportes urbanos, zonas pedonais, sinalização especial e interfaces de estacionamento com tarifas reduzidas.
Como realça Porfírio Correia, “a Noite Branca posiciona Braga no circuito de grandes festivais urbanos, recebendo artistas de renome e apresentando criações originais em interação com a cidade”. O evento “reforça ainda o estatuto de Braga como Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts, evidenciando a sua capacidade de inovação, cooperação cultural e atratividade internacional”, assinala.
Também a vertente social e solidária ganha destaque: a Praça Alimentar, na Praça do Comércio, será dinamizada por associações locais e IPSS’s, revertendo receitas para projetos de impacto comunitário.
Destaques Musicais
Palco Pópulo
• 05 setembro: Marco Rodrigues e Calema
• 06 setembro: The Gift e Rui Veloso
• 07 setembro: Capicua + Braga Fora
Palco Avenida
• 05 setembro: Lon3r Johny, Plutónio, DJ Rob Willow
• 06 setembro: Julinho KSD, Richie Campbell, DJ Ana Isabel Arroja
Palco Jazz
• Jardins do Museu D. Diogo de Sousa – novos talentos nacionais e o projeto local Fourward
Braga aberta ao mundo
A organização espera ultrapassar os números recorde de anos anteriores, com centenas de milhares de visitantes a encherem a cidade. “O impacto económico é significativo: a hotelaria, restauração, comércio e serviços registam procura e taxas de ocupação muito elevadas, reforçando a importância da Noite Branca como motor de dinamização da economia local”.
Inclusiva e participada
A Noite Branca de Braga reforça ainda o compromisso com a acessibilidade. Concertos dos palcos Avenida e Pópulo voltam a contar com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, há áreas reservadas para pessoas com mobilidade reduzida e experiências pensadas para todas as idades.
“O acesso à participação cultural é um direito fundamental. Consciente disso, o município de Braga está empenhado em tornar a Noite Branca um evento cada vez mais acessível, respeitando a diversidade do seu público. Para isso, tem vindo a implementar, de forma progressiva, um conjunto de medidas que promovem o acesso físico, social e intelectual à programação”, sublinha o diretor do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara de Braga.
Porfírio Correia conclui com um apelo: “A Noite Branca é mais do que um evento: é uma celebração coletiva que transforma toda a cidade num palco. Venham vestidos de branco, tragam curiosidade e preparem-se para três dias e noites de pura magia.”