Braga, Capital Portuguesa da Cultura este ano, tem vários fatores que a diferenciam: é uma cidade jovem (quase 40% da sua população está abaixo dos 40 anos, o que é raro), o concelho já acolhe 130 nacionalidades residentes e tem um dinamismo cultural que faz parte da Estratégia Cultural de Braga 20-30 concebida pela autarquia. Está ainda classificada como cidade criativa da UNESCO na área das Media Arts.
Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, que termina o mandato este ano, não sabe se o seu sucessor vai candidatar novamente a cidade minhota a Capital Europeia da Cultura (foi candidata ao título para 2027, mas perdeu para Évora), contudo, afirma, sem hesitar, o que é, para si, um facto: “Braga reúne todas as condições para ser uma Capital Europeia da Cultura.”
A capacidade de atração de visitantes estrangeiros é um dos critérios. Como Capital Portuguesa da Cultura, Braga espera ter mais de 700.000 dormidas este ano, adianta o autarca. “Nos últimos anos já ultrapassámos as 600.000 dormidas, o que acabou por arrastar uma série de investimentos em novas unidades hoteleiras, novos operadores na restauração, etc. O nosso objetivo este ano é claramente ultrapassar as 700.000 dormidas, será um recorde e achamos perfeitamente possível.”
Até porque já existem muitos turistas de várias nacionalidades em Braga, garante Ricardo Rio. “Pela presença histórica, destacam-se os nacionais da Alemanha, de França, mas também cada vez mais os oriundos dos países do Leste europeu. Mas nos últimos anos, também do Brasil – a comunidade brasileira é 9% da nossa população –, dos Estados Unidos e de países do Médio Oriente, com visitas crescentes ao longo dos últimos anos”.
O primeiro objetivo de Braga’25 é consolidar internamente, junto dos agentes culturais e de toda a comunidade, o esforço e o investimento que fizemos ao longo dos anos de transformar a Cultura num elemento central do desenvolvimento da cidade .
Cultura como motor económico
O presidente da câmara da capital do Minho identifica três objetivos que Braga’25 pretende atingir. O primeiro é “consolidar internamente, junto dos agentes culturais e de toda a comunidade, o esforço e o investimento que fizemos ao longo dos anos de transformar a cultura num elemento central do desenvolvimento da cidade. É um caminho percorrido desde que em 2017 elaborámos na nossa primeira Estratégia Cultural de médio e longo prazo, Braga 20-30.”
O segundo objetivo trata-se de “capacitar os agentes culturais da cidade, expô-los a projetos mais desafiantes, isso ficou muito patente no espetáculo de abertura do Braga’ 25, “A Quimera”, em que fizemos o cruzamento entre diferentes expressões artísticas, do breakdance e do folclore, por exemplo”.
Um terceiro objetivo é “projetar a marca Braga, a dinâmica cultural que a cidade tem para o país e para o mundo, com grande ecletismo nas diferentes formas e estilos de expressão cultural e também numa lógica de gerar retorno económico para a cidade como tem acontecido nos últimos anos”.
No ano passado, Braga recebeu o Encontro das Cidades Criativas da UNESCO e conseguiu trazer 300 cidades de todo o mundo ao coração do Minho. Para Ricardo Rio, o legado que se deixa às futuras gerações é este: “Que a cultura seja sempre priorizada como um vetor estratégico para o desenvolvimento da cidade.”