A primeira edição do programa Descentrar, integrado na Estratégia Cultural de Braga 2030, foi em 2021, ano de pandemia, e levou a cultura a sete freguesias do concelho. Em 2025, ano de Braga, Capital Portuguesa da Cultura, o Descentrar abrange as 37 freguesias do concelho. São mais de 60 iniciativas culturais ao longo do ano, acessíveis a todos, desde residências artísticas e oficinas de mediação literária; trilhos pedestres, visitas guiadas e encenadas; concertos de música tradicional, fado, jazz, blues e artistas emergentes; espetáculos de teatro, circo contemporâneo e intervenções de arte urbana.
“O programa Descentrar visa promover um conjunto de eventos culturais descentralizados do centro da cidade”, afirma Ana Ferreira, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio. O Descentrar vai mais além: “Visa ser um veículo para a transformação social, possibilitando que todas as gerações e contextos sociais participem ativamente na vida cultural de Braga.”
Como explica a responsável, “a Descentralização Cultural é um dos pilares da política cultural de Braga, garantindo que a cultura chegue a todo o concelho”.

A chefe de gabinete do presidente da Câmara de Braga, Ana Ferreira, explica que o Programa Descentrar leva teatro, música, danças e outras artes para fora do centro da cidade
A estratégia cultural 2030 assenta em quatro eixos de intervenção. O eixo “Cultura, Inclusão e Participação” prevê uma linha estratégica denominada “Descentrar” que visa promover um conjunto de eventos culturais descentralizados do centro da cidade. “Este programa de descentralização começou a ganhar corpo logo em 2020, quando numa candidatura a um programa do Norte 2030 acedemos a um financiamento para levar a cabo a 1.º edição do projeto “Descentrar” em 2021. Nesse ano, programamos em sete freguesias do concelho. O sucesso registado levou-nos a continuar a apostar neste programa, que foi crescendo em número de freguesias, mas também na multiplicidade de iniciativas culturais”.
Criar rede de agentes culturais
De sete para 37 freguesias: a expansão do programa em quatro anos foi notória. Este envolvimento coletivo procura “consolidar uma rede de agentes culturais locais”, adianta a chefe de gabinete de Ricardo Rio. “Com uma abordagem que inclui a educação pela arte e a sensibilização de públicos, o Descentrar em 2025 pretende aumentar o número de participantes, promovendo o crescente envolvimento da comunidade local, e promover um maior número de visitantes a essas freguesias”, acrescenta Ana Ferreira.

A responsável garante que “a adesão ao programa tem sido muito significativa”. “Hoje são os presidentes de junta que recebem pedidos da população para dinamizarem mais atividades culturais. Dar ainda nota que este programa só é possível com o envolvimento ativo dos Presidentes de Junta que olham para a cultura como um eixo estratégico do seu território”. De assinalar ainda que “há circulação das pessoas entre as freguesias, ou seja, há uma procura efetiva pela programação do Descentrar”.
O legado do Descentrar
O programa é como uma árvore que já está a dar frutos. “Já temos um centro de experimentação e criação na área do teatro na freguesia de Oliveira S. Pedro, só para citar um exemplo. Mas poderia falar da Orquestra Comunitária de Blues, que realiza os ensaios e alguns concertos na freguesia de Vimieiro. Ou seja, não são somente os palcos do centro da cidade que acolhem novos projetos e estreias”, sublinha Ana Ferreira. “Recordo que, no ano passado, lançamos um novo projeto – Braga Fora – que reúne um grupo de mulheres num Coro Comunitário e que teve a sessão de lançamento no auditório da Junta de Freguesia de Sequeira. Ou seja, não são somente os palcos do centro da cidade que acolhem novos projetos e estreias”.
O legado que fica nas freguesias não se resume ao ano de 2025, como conclui a chefe de gabinete do presidente da câmara: “Este é um trabalho de 12 anos do Executivo que foi realizado para dotar as freguesias, por um lado, de equipamentos que podem acolher estas iniciativas, seja um concerto de música ou um espetáculo de teatro ou performance; mas também de valorização e promoção dos territórios, do seu património e da sua identidade cultural. Este é um legado que vamos deixar: a cultura em Braga faz-se todos os dias do ano, com e para todos!”