Um Ano de Cultura

Este site usa cookies para melhorar a navegação. Ao navegar no website concorda com o seu uso. Para saber mais leia a nossa Política de Cookies.

“Braga reúne condições para ser uma capital europeia da cultura”

“Braga reúne condições para ser uma capital europeia da cultura”

Publicado em 02 de Março de 2025 às 10:00

O autarca Ricardo Rio afirma que o legado que Braga'25, Capital Portuguesa da Cultura, vai deixar é o investimento nas artes como "vetor estratégico" para o desenvolvimento da cidade e a sua projeção internacional

Braga, Capital Portuguesa da Cultura este ano, tem vários fatores que a diferenciam: é uma cidade jovem (quase 40% da sua população está abaixo dos 40 anos, o que é raro), o concelho já acolhe 130 nacionalidades residentes e tem um dinamismo cultural que faz parte da Estratégia Cultural de Braga 20-30 concebida pela autarquia. Está ainda classificada como cidade criativa da UNESCO na área das Media Arts.

Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, que termina o mandato este ano, não sabe se o seu sucessor vai candidatar novamente a cidade minhota a Capital Europeia da Cultura (foi candidata ao título para 2027, mas perdeu para Évora), contudo, afirma, sem hesitar, o que é, para si, um facto: “Braga reúne todas as condições para ser uma Capital Europeia da Cultura.”

A capacidade de atração de visitantes estrangeiros é um dos critérios. Como Capital Portuguesa da Cultura, Braga espera ter mais de 700.000 dormidas este ano, adianta o autarca. “Nos últimos anos já ultrapassámos as 600.000 dormidas, o que acabou por arrastar uma série de investimentos em novas unidades hoteleiras, novos operadores na restauração, etc. O nosso objetivo este ano é claramente ultrapassar as 700.000 dormidas, será um recorde e achamos perfeitamente possível.”

Até porque já existem muitos turistas de várias nacionalidades em Braga, garante Ricardo Rio. “Pela presença histórica, destacam-se os nacionais da Alemanha, de França, mas também cada vez mais os oriundos dos países do Leste europeu. Mas nos últimos anos, também do Brasil – a comunidade brasileira é 9% da nossa população –, dos Estados Unidos e de países do Médio Oriente, com visitas crescentes ao longo dos últimos anos”.

O primeiro objetivo de Braga’25 é consolidar internamente, junto dos agentes culturais e de toda a comunidade, o esforço e o investimento que fizemos ao longo dos anos de transformar a Cultura num elemento central do desenvolvimento da cidade .

Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga

Cultura como motor económico

O presidente da câmara da capital do Minho identifica três objetivos que Braga’25 pretende atingir. O primeiro é “consolidar internamente, junto dos agentes culturais e de toda a comunidade, o esforço e o investimento que fizemos ao longo dos anos de transformar a cultura num elemento central do desenvolvimento da cidade. É um caminho percorrido desde que em 2017 elaborámos na nossa primeira Estratégia Cultural de médio e longo prazo, Braga 20-30.”

O segundo objetivo trata-se de “capacitar os agentes culturais da cidade, expô-los a projetos mais desafiantes, isso ficou muito patente no espetáculo de abertura do Braga’ 25, “A Quimera”, em que fizemos o cruzamento entre diferentes expressões artísticas, do breakdance e do folclore, por exemplo”.

Um terceiro objetivo é “projetar a marca Braga, a dinâmica cultural que a cidade tem para o país e para o mundo, com grande ecletismo nas diferentes formas e estilos de expressão cultural e também numa lógica de gerar retorno económico para a cidade como tem acontecido nos últimos anos”.

No ano passado, Braga recebeu o Encontro das Cidades Criativas da UNESCO e conseguiu trazer 300 cidades de todo o mundo ao coração do Minho. Para Ricardo Rio, o legado que se deixa às futuras gerações é este: “Que a cultura seja sempre priorizada como um vetor estratégico para o desenvolvimento da cidade.”