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Alterações climáticas em Portugal: riscos, oportunidades e soluções

Alterações climáticas em Portugal: riscos, oportunidades e soluções

Como as seguradoras podem contribuir para a mitigação e adaptação às alterações climáticas em Portugal


Publicado em 3 de Novembro de 2023 às 12:13
Por Flávia Nobre, responsável de Sustentabilidade

Num contexto mundial que potenciou o aumento do custo de vida, os episódios climáticos extremos aprofundam cada vez mais as desigualdades sociais e espera-se que nos próximos anos, a falta de recursos naturais e minerais seja agravada. Em Portugal, pensa-se que estas ocorrências sejam cada vez mais severas, com mais episódios de chuvas intensas que originam inundações, secas, e temperaturas extremas, que potenciam os incêndios.

Adicionalmente, existe a ligação destes episódios ambientais com os efeitos na saúde – aumento dos problemas respiratórios, cardiovasculares, causados pelo impacto na segurança alimentar, com destruição de culturas, poluição da água, do ar, etc.

As seguradoras têm um papel fundamental, uma vez que podem apoiar os seus clientes com produtos e serviços que permitam a adaptação às alterações climáticas.  Além disso, apostando em modelos preditivos que permitem gerir melhor o risco e analisar o impacto dos eventos climáticos na economia de uma determinada região. E numa perspetiva de investidores institucionais, as seguradoras têm o papel crucial de influenciar o mercado a ser mais responsável ambientalmente.

No Grupo Ageas Portugal, entendemos que os temas ambientais, tal como outros temas de sustentabilidade, começam pela sensibilização interna. Colocámos a sustentabilidade na nossa estratégia de negócio e na nossa cultura, para reforçar a prioridade do tema.

De entre algumas medidas, destacamos: a eletricidade de origem 100% renovável, a disponibilização de um autocarro para reduzir as deslocações em automóvel próprio, o acesso a carregadores para veículos híbridos/elétricos nos parques de estacionamento e a desmaterialização de processos.

Contudo, um dos maiores desafios que temos atualmente é, sem dúvida, a integração da sustentabilidade nas equipas de negócio.

Na gestão de risco, implementámos um processo sistemático de identificação de riscos, reais e emergentes, e acompanhamos tendências, que por sua vez, influenciam o desenvolvimento de novos produtos e serviços, como por exemplo, os relacionados com a casa e a mobilidade sustentável.

Estamos também a estudar como medir o impacto ambiental do nosso negócio, por exemplo, através de soluções digitais que reduzem deslocações, a Ageas Repara que evita demolições, entre outros.

Numa perspetiva de compras, temos atualmente um projeto interno para rever os nossos critérios de seleção de fornecedores e acompanhar informação de sustentabilidade.

Na gestão de ativos, integramos critérios ESG nos nossos investimentos. Especificamente no portefólio imobiliário, ambicionamos aumentar a eficiência energética dos ativos que temos em carteira e garantir que todos passem a ter certificações ambientais.

Temos também novas preocupações com os negócios além seguros que nos abrem desafios diferentes ao negócio segurador, como a Pétis, a Ageas Repara e a Clínica Médis.

E sem dúvida, a colaboração com clientes e parceiros é absolutamente chave. Temos uma série de oportunidades para trabalharmos com empreendedores e start-ups de impacto, focadas em endereçar desafios ambientais e sociais. Destacamos a nossa parceria com a Casa do Impacto, no programa Triggers, e a parceria com a Maze. Além do fundo de impacto Mustard Seed Maze que investe em empreendedores, temos uma nova parceria com a Maze X, um novo instrumento financeiro para acelerar 10 start-ups que inclui o tema das alterações climáticas.

Acreditamos que só com uma abordagem multistakeholder podemos progredir e deixar um impacto positivo no mundo.